Saison Murici, da Experimento Beer, é cerveja que dá orgulho de beber

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texto e fotos: Cilmara Bedaque

E por quê? Bem simples. É que em todas as fases do processo que leva uma cerveja ao mercado, a Experimento Beer trabalha com os conceitos de comércio justo (fair trade), sustentabilidade, as premissas da cerveja artesanal quanto à valorização do local onde ela é feita ou seus insumos são produzidos e a pesquisa e o respeito pelas cooperativas produtoras de ingredientes de suas receitas. Além disso, graças ao trabalho da Do-Design ainda ganha prêmios importantes no exterior.

A Saison Murici é resultado de uma boa idéia de receita do dono da Experimento Beer, o pernambucano Artur Schuler, mais o trabalho de Anna Paula Diniz, da Do-Design, que pesquisou e encontrou a colaboração de João Palmeira – Coordenador da APA-TO.

O murici (fruto, não o técnico ;) tem personalidade e sabor marcantes e é um ingrediente rico em possibilidades gastronômicas. Os frutos usados no preparo da cerveja são provenientes do ecoextrativismo na região do Bico do Papagaio e foram fornecidos pela cooperativa COOAF-BICO, núcleo de produção atendido pela APA-TO, uma ONG que atua no fortalecimento da agricultura familiar e na promoção da agroecologia em comunidades extrativistas e povos tradicionais que produzem frutas do bioma amazônico em Sistemas Agroflorestais, lá no extremo norte do Tocantins.

“Cremos muito que este processo de elaboração da Cerveja Saison Murici e de parcerias entre as organizações COOAF-BICO, APA-TO, Experimento Beer e DoDesign-s tem três dimensões importantes: a visibilidade das comunidades da Amazônia; a visibilidade ecológica das frutas nativas e seus sabores apaixonantes e o fortalecimento das pequenas cooperativas da agricultura familiar” (João Palmeira – Coordenador da APA-TO).

A Saison Murici é a segunda cerveja resultante desse processo , depois do lançamento da Saison Umbu no ano passado. É uma Farmhouse Ale / Saison que conta com a adição de murici, fruto típico da América Latina e que pode ser encontrado em uma longa faixa do Brasil. O novo rótulo da Experimento Beer é uma Saison de corpo e amargor médios que combinam bem com a personalidade do murici. Ela não tem uma fabricação com periodicidade determinada porque depende da disponibilidade de fabricas em Minas Gerais. Seu último lote de 6 mil litros foi comercializado em 3 meses.

A mineira Experimento Beer surgiu com o objetivo de criar cervejas especiais, que tivessem alma própria e uma boa história para contar. Fundada em agosto de 2014, a proposta da cervejaria é a produção de cervejas com uma visão social e sustentável do negócio.
A missão do projeto prevê a atuação consciente no mercado, por meio do reconhecimento do produto essencialmente artesanal e da valorização da cultura local, origem e qualidade dos ingredientes. Na prática, tudo isso se dá com o desenvolvimento de receitas e produção de cervejas utilizando, além dos ingredientes típicos da bebida, espécies nativas da biodiversidade brasileira, como frutas e especiarias, geralmente cultivadas de modo agroecológico.

Os próximos projetos da Experimento Beer são receitas que utilizam o Butiá (coquinho azedo), a madeira peruana Palo Santo e a pasta de cajú, doce tipicamente pernambucano.

Tivemos um bom encontro saboreando a Saison Murici e ficamos muito orgulhosos de ver um Brasil que não está todo dia nas páginas dos jornais, mas é resultado do trabalho de gente que estuda, pesquisa e tem orgulho da cultura brasileira.

Longa vida à Experimento Beer, a DO-Design e às cooperativas por este Brasil afora tão bem representadas neste dia por João Palmeira, filho de agricultor familiar, que é agrônomo e coordena um trabalho importantíssimo para sua região e para todos nós.

PS: As coordenadas que aparecem no rótulo da Saison Murici são da cidade de Augustinópolis onde o murici é produzido.

 

 

 

Base Camp: uma cerveja radicalmente deliciosa

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fotos: Cilmara Bedaque

texto Cilmara Bedaque e divulgação

A Mr. Beer, pioneira e maior rede de franquias de cervejas especiais, está trazendo para o Brasil mais uma novidade: três rótulos da cervejaria americana Base Camp.

Localizada em grande polo cervejeiro dos Estados Unidos, em Portland, no Oregon, a Base Camp Brewing é baseada em duas paixões locais: cerveja e aventuras ao ar livre. Fundada em 2012, a Base Camp está sempre inovando em suas receitas com cervejas experimentais para o paladar dos aventureiros. Suas cervejas são envasadas em garrafas e latas de alumínio, perfeitas para manter a bebida fresca. Além de além de ser mais leve para carregar, não quebrar, ser 100% reciclável e gelar mais facilmente.

Esses três rótulos, lançados esta semana, vêm em originais e bonitas garrafas de alumínio de 650 ml. São eles:

- In-Tents IPL
uma India Pale Larger, estilo recém inventado nos EUA para agradar os apreciadores de lúpulos. Com características muito próximas a uma India Pale Ale (IPA) mas com capacidade de destaque ao lúpulo ainda mais potente. Refrescante, equilibrada e suave, o rótulo é o carro chefe da cervejaria. Feita com técnica de dry-hopping, ela é envelhecida em uma mistura de “chips” de carvalho branco e vermelho.
Fica uma delícia com burgers, bacalhau, camarão frito, acarajé e comida japonesa.

- Pilgrimage Saison
é uma viagem pela tradição da escola belga. Refrescante e carbonatada, essa Saison tem adição de lúpulos cultivados em Wilamette Valley acrescentando aromas florais, cítricos e apimentados. A levedura usada é o que torna esta cerveja equilibrada e seu aroma é magnifico, Ideal para acompanhar frutos do mar, ceviche, salmão, atum e queijo de cabra.

- S’More Stout
é uma cerveja no estilo Sweet Stout de caráter suave e refinado, com aromas de chocolate, café, figo e tosta do malte.Uma das sugestões da Base Camp é servi-la com marshmallow flambado no copo. É realmente uma delícia como experimentei na degustação feita no Empório Alto de Pinheiros. Dizem que esta cerveja fica deliciosa com feijoada, churrasco, lombo defumado e ostras.

 

 

Mondial de La Bière 2015: o Rio vira a capital mundial da cerveja

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texto:  Cilmara Bedaque

fotos: divulgação

Começa nesta quinta-feira, dia 19 de novembro, e termina só dia 22, no Pier Mauá, na maravilhosa cidade do Rio de Janeiro, o Mondial de La Bière. A maioria das cervejarias artesanais brasileiras está representada no evento, além dos estandes de importadoras com cervejas de todo o mundo. Fundado na França, o Mondial de La Bière acontece também no Canadá e pela terceira vez no Brasil. A feira reúne especialistas, produtoras, importadoras e amantes de cerveja, que terão a oportunidade de conhecer centenas de rótulos.

Muitas novidades e surpresas são prometidas, entre elas…

A CERVEJARIA INVICTA E SUAS PARCEIRAS CIGANAS
Para o Mondial a Invicta, de Ribeirãoi Preto, preparou muitas novidades, entre elas a divulgação da recém conquista da marca, que adquiriu participação em outras quatro cervejarias ciganas: Velhas Virgens, 2Cabeças, Treze e Japas. Com essa sociedade, a Invicta passa a oferecer para o público um leque ainda maior de cervejas artesanais. “Todas as cervejarias estarão no Mondial para proporcionar ao público uma excelente experiência e uma explosão de sabor aos paladares mais exigentes”, explica Rodrigo Silveira, mestre cervejeiro e diretor da Invicta.

Aproximadamente 2.600 litros serão oferecidos no festival. Os destaques ficam por conta da 120, uma Russian Imperial Stout Barrel Aged, da Invicta, versão mais alcoólica da 108, envelhecida em barril de madeira e com adição de café arábica e ameixas; da Wasabiru, das Japas, uma American Pale Ale com adição de wasabi e de outro lançamento, uma IPA de 4 grãos (centeio, aveia, trigo e cevada), da cervejaria Treze que apresentará também a grande aposta, uma saison com alma cachaceira. Com adição de caldo de cana e feita em colaboração com a cervejaria holandesa De Molen. Maturada com Cabreúva e Sassafras, que são madeiras tradicionalmente usadas no envelhecimento de cachaça.

A Invicta participará com seus outros nove rótulos. Além dessas, a Velha Virgens promete agitar o festival com a Indie Man, uma IPA, a Whitie Dog, uma Wit Bier, a Mr. Brownie, uma brown ale e a Beijos de Corpo, uma fruit beer sensacional. Vale destacar que os rótulos e a marca passaram por uma modernização que será vista em primeira mão entre os dias 19 e 22.

A 2Cabeças, outra grande parceira da Invicta, levará quatro, dos seus cinco rótulos para o Mondial: a Maracujipa, Funk IPA, Saison Caramba! e Rio de Colônia.

BODEBROWN CHEGA AO MONDIAL DE LA BIÈRE COM 26 RÓTULOS 
A Bodebrown desembarca no Rio de Janeiro esta semana para participar do Mondial de La Bière repleta de boas notícias para os amantes das cervejas especiais. A premiada fábrica apresenta no evento nada menos do que 26 rótulos. Entre os destaques, estão uma série de três variantes da Perigosa, primeira Imperial IPA produzida no Brasil, que comemora cinco anos de lançamento. Para celebrar, três tipos serão apresentados.
Entre elas, uma Double Perigosa Oak Barrel Aged, envelhecida em tonéis de carvalho, com nada menos do que 18 graus de graduação alcoólica. As outras são a Perigosa IPA (com 9,2 graus), versão inicial, e a Perigosa Oak Barrel Aged, que também passou por madeira, mas conserva mesma graduação.

Outra criação recém saída da fábrica é a Victoria´s Secret IPA, produzida com o lúpulo australiano da cidade de Victoria, que leva este nome sugestivo. É uma American IPA, na versão original e terá uma variante que passou por barrica de vinho Chardonnay. Também integram o time de cervejas duas Saison, uma com cereja e outra com Cupuaçu, uma Russiam Imperial Stout, a Atomga Cherry, e a Kuit-Koyt Bier, ao estilo holandês. A Atomga é uma criação ao estilo Russian Imperial Stout, cuja receita foi elaborada em parceria com os cervejeiros norte-americanos Chris Kirk e Joyce Tiller, conhecidos pelo trabalho na Great Divide – de onde saíram para outras empreitadas. Seu nome foi inspirada numa banda de rock.

Grande novidade dos últimos tempos da Bodebrown, as cervejas envelhecidas em madeira aportam no Mondial em 12 fórmulas. Destacam-se neste segmento: Tripel Montfort Chardonnay Barrel Aged, Victoria´s Secret Au Chardonnay Barrel Aged, Blend (65% Tripel Montfort Chardonnay, 25% 4 blés Amburana e 10% Double Perigosa), Atomga Russiam Imperial Stout Amburana Cachaça Barrel Aged e Hair of the Bode American Oak Barrel Aged.

Cervejas premiadas no próprio Mondial foram escaladas, como a Stone / Bodebrown Cacau IPA (levou medalha de ouro em 2013) e a Montfort Rye IPA (platina no ano passado) completam o time.

O PETIT PUB COM SUAS NOVIDADES IMPORTADAS
As cervejas já desembarcaram no Rio de Janeiro, são mais de 30 rótulos que aguardam pela sua avaliação. Entre eles:
CERVEJARIA DUNHAM (CANADÁ)
- SAISON RUSTIQUE 6%
- CYCLOPE BÊTA IPA 5,7%
- SAISON RÉSERVE 6,5%

ODELL BREWING (ESTADOS UNIDOS)
- ODELL IPA 7%
- MYRCENARY 9,3%

TERRAPIN BEER (ESTADOS UNIDOS)
- HOPSECUTIONER IPA 7%
- HI-5 IPA 5,9%
- RECREATIONALE 4,7%
- RYE PALE ALE 5,5%
- KRUNKLES DOWN UNDER 6,5%

AVERY BREWING (ESTADOS UNIDOS)
- IPA 6,5%
- WHITE RASCAL 5,6%

CIGAR CITY BREWING (ESTADOS UNIDOS)
- JAI ALAI 7,5%
- MADURO 5,5%

THISTED BRYGHUS (DINAMARCA)
- LIMFJORDS PORTER 7,9%
- SEATTLE COFFEE STOUT 6,5%

DOGFISH HEAD (ESTADOS UNIDOS) ver post Lupulinas
- 60 MINUTE IPA 6%
- 90 MINUTE IPA 9%
- NAMASTE 4,8%
- FESTINA PECHE 9%

BRASSEURS DU MONDE (CANADÁ)
- INFUSÉE 5,4%
- SAISON TRADITION 5,2%
- BIG BEN PORTER 5,5%
- INTERDITE 90 6,5%
- TRINQUEUR 9%

LAGUNITAS BREWING (ESTADOS UNIDOS)
- LAGUNITAS IPA 6,2%
- LAGUNITAS MAXIMUS ALE 8,2 %
- LAGUNITAS PILS 6% 2

STONE BREWING (ESTADOS UNIDOS)
- ARROGANT BASTARD ALE 7,2%
- SMOKED PORTER 5,9%
- CALI-BELGIQUE IPA 6,9%

DITRIGUIS™ É O NOVO RÓTULO DA BRASSARIA AMPOLIS
Com apenas dois anos de vida, a Brassaria Ampolis, cervejaria fundada pelo filho do Mussum – Sandro Gomes – em homenagem ao pai, comemora o status de cervejaria artesanal carioca de maior volume no país com mais de 1.300.000 garrafas vendidas em 24 meses e cerca de 2.000 pontos de venda por todo o Brasil.

Após o sucesso da sua cerveja de estréia, a Biritis™ (Vienna Lager) e de sua sucessora Cacildis™ (Premium Lager), será lançada durante o Mondial, uma Witbier (cerveja de trigo belga) cujo nome não poderia ser outro:
Ditriguis™
Trata-se de uma witbier com personalidade, levando zest de laranja e pimenta-da-jamaica em sua receita, extremamente saborosa e refrescante especialmente durante os meses de verão que se aproximam.

CERVEJARIA THEREZOPOLIS LANÇA NOVO RÓTULO
A cerveja Therezópolis lança mais um rótulo durante o Mondial de La Bière: a Therezópolis Copper. Uma cerveja do estilo American Pale Ale, com 5.2% de teor alcoólico e coloração acobreada.

De acordo com o diretor da Cerveja Therezópolis, Mozart Rodrigues, o oitavo rótulo da marca, chega para completar a linha com o estilo de origem britânica Pale Ale, com toda a refrescância dos lúpulos americanos. “Acreditamos que é possível crescer, mantendo a qualidade dos produtos. Atualmente produzimos mais de um milhão de litros por mês.”

A Therezópolis também vai contar com a Kombi Beer Truck, que ficará posicionada no meio do estande. Equipada com quatro chopeiras duplas, a Kombi tem capacidade para armazenar 10 barris de chopp ao longo de sua extensão. O stand ainda vai contar com um mock up da garrafa nova e prateleiras para exposição dos gifts box da linha Therezópolis, além de outros souvenirs.

GRUPO PETROPOLIS PARTICIPA PELA PRIMEIRA VEZ DO MONDIAL
Acompanhando a ascensão do mercado de cervejas especiais no Brasil, o Grupo Petrópolis, maior cervejaria com capital 100% nacional, participa pela primeira vez do Mondial de La Bière levando à feira onze variedades de cervejas especiais de suas tradicionais marcas Black Princess, Petra e Weltenburger Kloster.

Entre seus rótulos especiais, a Black Princess, cerveja de 1882 e que era a preferida da nobreza brasileira nos tempos do Império e a Petra, feita com ingredientes selecionados seguindo os mais rigorosos padrões de qualidade. Já a Weltenburger Kloster é a cerveja de mosteiro mais antiga do mundo (fabricada desde 1050) e da qual a Petrópolis é a única do mundo a ter o direito de produção fora do monastério na Alemanha. Uma das variedades da família, a Weltenburger Kloster Barock Dunkel, foi tricampeã – em 2004, 2008, e 2012 – da World Beer Cup, a Copa do Mundo das cervejas.

A participação do Grupo Petrópolis contará com duas presenças ilustres: filho de cervejeiros e profundo conhecedor de todo processo produtivo da cerveja, Hermann Goß, atual Diretor Geral da Klosterbrauerei Weltenburg, e Leonhard Resch, um dos mestres-cervejeiros à frente da produção da Weltenburger Kloster, na Alemanha. Ambos estarão presentes para receber os convidados, apresentando as cervejas durante o evento, conversando sobre processos de fabricação e o desenvolvimento da marca no Brasil.

Todas as cervejas especiais do Grupo Petrópolis são produzidas na fábrica de Teresópolis e distribuídas para diversas regiões onde a empresa atua. Considerada um centro de produção especializado, a unidade é uma das mais modernas e aptas à fabricação de cervejas diferenciadas, com receitas que necessitam de até 30 dias de maturação antes do envase e distribuição.

Serviço:
Mondial de La Bière Rio 2015
Data: 19 a 22 de novembro
Horário: De quinta a domingo, das 14h às 23h.
Local: Pier Mauá | Av. Rodrigues Alves, n° 10, Saúde, Rio de Janeiro.
Ingressos: preços a partir de R$ 30.
Venda online: http://tinyurl.com/pnxumev
Pontos de venda: http://tinyurl.com/o9fhvhx
Mais informações: www.mondialdelabiererio.com.br

Os agitos de agosto e setembro

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texto: Cilmara Bedaque

São tantos eventos em julho e agosto que resolvi fazer um apanhado geral para facilitar a vida de quem pretende dar conta das novidades e comparecer em bons festivais pelo Brasil.

- Downtown Beer Festival
https://goo.gl/k3AEIt

Mais de vinte cervejarias e importadoras, alem de cinco beer trucks farão o agito no Downtown, o maior centro de lazer e negócios a céu aberto do Rio de Janeiro. Marcas como Hocus Pocus, Cerveja Dead Dog, Cerveja Oceânica, Brassaria Ampolis, 2cabeças, Cervejaria Invicta, Três Cariocas, Therezópolis, Queijos com Prosa e Hija de Punta. No festival haverá ainda degustações, palestras e música ao vivo. A festa promete ser boa.
Downtown Beer Festival
Av. das Américas, 500 – Barra da Tijuca
De 6 a 9 de agosto
De Quinta a sábado de 13 às 21h; Domingo de 12 às 19h
Entrada Gratuita

- Brew Fun Fest
http://goo.gl/kbqgDX

Convocatória para amantes e profissionais de cervejarias artesanais e atrações musicais como Ira, Raimundos, Velhas Virgens e outras bandas de rock indie, rockabilly e folk rock durante toda a programação. A organização promete rock´n roll, cerveja, comida, tatuagem e até espaço kids. O público poderá conferir receitas originais e processos de produção em estandes, food trucks e expositores de bares e restaurantes. De 14 a 16 de agosto em Sorocaba.
Brew Fun Fest
Monteiro Lobato Eventos – Rua Antônio Aparecido Ferraz, 1.111 – Sorocaba, SP
Datas e Horários:
14.08 | Sexta • 14h às 17h – horário reservado para negócios com compradores e fornecedores • 17h às 22h – público
15.08 | Sábado • 11h às 22h – público
16.08 | Domingo • 11h às 20h – público
Ingressos – http://goo.gl/ezOx8r

IPA Day em Ribeirão Preto
https://goo.gl/7JWqpz

Este ano será a terceira edição deste festival que já é tradição no meio cervejeiro artesanal. As melhores IPAs (India Pale Ale) do Brasil estarão presentes exibindo suas cervejas amargas, caprichadas no lúpulo. Além de degustá-las, o publico escolhe a campeã do ano através de votação. Levando para Ribeirão, lupomaníacos de todo Brasil, vários eventos agitam a cidade durante o fim-de-semana. Entre eles, o “Preparando a Garganta” na véspera do IPA Day lá no boteco dos piratas da Cervejaria Weird Barrel.
IPA Day Brasil 2015
Espaço Taiwan – Ribeirão Preto (Av. Dr. Francisco Gugliano 2710)
Dia 22 de agosto
Horário: 12:00h às 20:00h
Ingressos: https://goo.gl/iJPxMB
Preparando a Garganta
Weird Barrel Brewing BrewPub – Rua Altino Arantes, 1854 – Ribeirão Preto
Dia 21 de agosto
Das 17:00h às 02:00h
Preço: Comanda individual e sem cobrança de entrada
https://goo.gl/PP67vd

- Beer Weekend Passo Fundo
https://goo.gl/3Uzxgx

A festa segue os moldes de alguns festivais europeus, com grandes mesas de madeira e sem divisórias entre os expositores. Esses, por sinal, prometem matar a sede de boas cervejas e informação dos visitantes. Estarão por lá 15 microcervejarias, entre elas, as gaúchas Baldhead, Edelbrau, Lake Side, Perro Libre, Sud Brau e a convidada catarinense Schornstein. Para alimentar, hambúrgueres, cupcakes e petiscos (serão seis espaços gastronômicos). Representando a cena paneleira (cervejeiros caseiros), a Cervau (Associação dos Cervejeiros Artesanais do Alto Uruguai Gaúcho) fará uma brassagem aberta ao público. Também fazem parte da programação um mini curso de produção de cerveja caseira, aula de harmonização e uma palestra de introdução ao universo das cervejas especiais.
Beer Weekend
Igaí Eventos – Av. Presidente Vargas, Passo Fundo, RS
Dias 28 e 29 de agosto
Ingressos – http://goo.gl/TLu3mo

Cervejaria Noi abre bar no Leblon
A Cervejaria Noi, de Niterói, atravessou a ponte e abriu um bar com 12 torneiras de chope no Leblon. Por enquanto, só serão servidos os estilos de cerveja da própria Noi, depois eles prometem cervejarias convidadas. O cardápio é variado, com ofertas de pratos executivos no almoço e petiscos feitos com cerveja como pães de malte e molhos com redução da bebida.
Noi Bar
Rua Conde de Bernadotte, 26 – Leblon, RJ
Diariamente das 11:30h até o último cliente
http://goo.gl/Fnw6wT

BierFest Brasília
http://goo.gl/JIl8WZ
O festival pretende reunir 15 mil pessoas, em especial os amantes de cervejas especiais. “Contaremos com mais de 50 estandes, que representam cerca de 200 rótulos de cervejas, além de restaurantes e food trucks, oferecendo um ambiente seguro e repleto de novidades para quem gosta da bebida”, conta Gustavo Araújo, um dos organizadores do Bierfest Brasília. Entre as marcas confirmadas, a Dum, Tupiniquim e Colorado. Shows musicais, palestras e degustações também estão no programa.
BierFest Brasília
Arena Lounge do Estádio Nacional de Brasília – Mané Garrincha
De 4 a 6 de setembro
Ingressos: http://goo.gl/eH6eKv

Bastards Brewery e Ignoru’s Bier lançam Pérola Negra
Uma Russian Imperial Stout sazonal é o resultado da colaboração entre as cervejarias curitibanas Bastards e Ignoru’s Bier. As garrafas de 310 ml serão lacradas com cera relembrando as origens desse estilo de cerveja. Como toda Stout a característica de maltes torrados e aromas lembrando o café e o chocolate. Os produtores afirmam que, resultando em complexidade, foram adicionados cacau e cereja.

#Mimimilho: A tortuosa questão do milho na cerveja

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texto e fotos: Cilmara Bedaque e divulgação

Já há algum tempo, o Lupulinas quer falar sobre a adição de milho (e arroz) na cerveja. Isso porque este assunto virou uma grande oportunidade para todos estudarmos, aprendermos e não sairmos por ai repetindo as coisas de orelhada.

Sim, porque neste mundo da cultura da internet™ grandes mentiras viram verdades e grandes verdades viram piadas. O milho, depois de usado pelas grandes cervejarias para baratear seu custo, produzir teor alcoólico e, além de tudo, ser escondido nos rótulos sob o cognome de “cereal não maltado” foi chicoteado, esquartejado e ofendido em sua nobreza de grão. O problema não é o milho, mas sim o uso que essa indústria fez dele. Aí começou essa ignorância que só malte de cevada era cerveja e que outras experiências procurassem outro nome. O grau de ataque é nível torcida de futebol enfurecida.

Todos têm que ter opinião para tudo? Vamos lá. Fui averiguar o assunto. Oh! A mais antiga “cerveja” encontrada na China era feita de arroz? Os rígidos alemães usaram milho para retirar a opacidade de suas cervejas? Muitos iniciantes no consumo da cerveja artesanal aceitam com felicidade as cervejas de trigo? Os andinos faziam sua cervejinha (chicha) mastigando milho? Existe um estilo de IPA chamado Rye IPA que usa até 20% de centeio? Experimentei outro dia uma deliciosa cerveja peruana feita de quinoa?

Aí veio a AMBEV e se associou à Wäls e à Colorado e muitos ~entendedores~ começaram a falar que todo produto que estas pioneiras cervejarias artesanais produziriam seria feito com milho. Nesse tipo de raciocínio há muita culpa da própria Ambev que, pelo jeito, aprendeu com a Kirin que não precisa fazer a política da terra arrasada. Até a Stella Artois feita aqui pela Ambev foi “abrasileirada” e perdeu seu marcante aroma ainda encontrado pelo resto do mundo. Isso sem falar na Original, Serramalte e outras cervejas “adaptadas”. Parece que nessas recentes associações há um novo espírito dentro da grande indústria. Óbvio que essa intenção precisa ser comprovada ao longo do tempo.

Mas aí já que virou o #Mimimilho, os irmãos Carneiro – da Wäls – partiram pra ousadia. Já que estavam acusando suas cervejas com argumentos tão falsos, eles lançaram semana passada e, em breve, deve estar nos supermercados, a Wäls Hop Corn IPA com 15% de milho anunciado no rótulo! (Transparência, que beleza!) Na verdade é usado um xarope chamado de High Maltose que fermenta ajudando a dar teor alcoólico à cerveja. Como a paixão por lúpulos está em alta *-* eles abusaram da quantidade e da variedade (Columbus, Cascade e Amarillo e finalizada com um dry hopping de Centennial). A Hop Corn tem 6.7% de teor alcoólico, 70 IBUs e uma leveza que garante sua bebalidade por um bom tempo.

Pra completar o serviço, os irmãos Zé Felipe e Tiago Carneiro, junto com a Bohemia, colocaram no rótulo saquinhos de pipoca cheios de lúpulo e conclamaram todos nós a derrubar um muro de falso conhecimento que só faz mal para a evolução da cerveja.

Outra bem humorada cervejaria brasileira – a 2cabeças – também entrou na pretensa polêmica do #Mimimilho e produziu, em colaboração com a cervejaria dinamarquesa Amager Bryghus, a Marry Me in Rio, uma Cream Ale com lúpulos Simcoe, Sorachi Ace e Centennial e 10% de flocos de milho e arroz. O Lupulinas adorou que no rótulo o casamento retratado fosse o de duas mocinhas \o/ E como a 2cabeças capricha, as mocinhas são uma loira, outra morena, são peitudonas e ainda têm o Cristo Redentor acima de braços abertos :D

Então é isso: muitas vezes a piada e o sectarismo escondem a verdade e a melhor coisa pro consumidor é beber a cerveja que gosta, ler em seu rótulo do que ela é feita e brindar com seus amigos.

PS.: Agradeço a todos os colegas blogueiros ou produtores de cerveja que me elucidaram, através de leituras ou de bons papos, sobre os vários aspectos desta questão.

 

Cervejaria Dogma: Nasce Uma Estrela

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texto: Cilmara Bedaque
fotos: Fernando Satt Fotografia, Leo Satt  e Cilmara Bedaque

O título não é exagero. O Lupulinas fica feliz quando boas idéias se realizam com amor e competência. Muitos de vocês já conhecem daqui do blog, do Instagram ou do Twitter rótulos como Cafuza, Hop Lover, Touro Sentado, Hamurabi, Branca de Brett e Condessa d’Augusta. São todas excelentes cervejas que o Lupulinas indica com alegria. Essas cervejas eram feitas por três amigos que tinham três cervejarias: Bruno Moreno (Serra de Três Pontas), Luciano Silva (Noturna) e Leonardo Satt (Prima Satt). Eles se ajudavam nas receitas, na produção, na logística de distribuição e etc. Os rótulos de cada uma eram Cafuza, Hop Lover, Loucura de Baco, Touro Sentado e Branca de Brett na Serra de Três Pontas; Green Lover, Loucura de
Baco, Neblina e Condessa d’Augusta na Noturna e Cafuza e Hamurabi na Prima Satt. Pois então vamos agradecer os serviços prestados por elas e festejar o nascimento da Cervejaria Dogma.

Sim. Eles resolveram ser uma só cervejaria e ontem no Empório Alto de Pinheiros (EAP) foi lançada a Dogma e seus dois primeiros rótulos. São eles:

THE WALLACE
Estilo: Wee Heavy
ABV: 8%
IBU: 25

William Wallace liderou os escoceses contra os ingleses, abrindo caminho para que Robert The Bruce estabelecesse a independência escocesa. A The Wallace é uma Strong Scotch Ale (Wee Heavy), com aromas de caramelo e frutas secas, de sabor adocicado, corpo alto e fermentada com fermento tradicional escocês, resultando assim em uma cerveja agradável e complexa.

ORFEU NEGRO
Estilo: Russian Imperial Stout
ABV: 12%
IBU: 60
A peça Orfeu Negro da Conceição retrata um dos pilares do pensamento de Vinícius de Moraes: o amor absoluto. Com aromas de café, chocolate, caramelo e frutas secas, além de notas de baunilha apoiados em um corpo denso e aveludado, ela é como uma Russian Imperial Stout deve ser.

As duas cervejas são inesquecíveis mostrando que os caras não estão para brincadeira. O Lupulinas bateu um papo com eles, fez perguntas e gostou das respostas e intenções.

Lupulinas – Suas antigas cervejarias já atuavam juntas na distribuição e mesmo na criação de alguns rótulos. Por que agora a criação da Dogma?
Cervejaria Dogma – A criação da Dogma foi feita para diminuir um pouco a confusão que havia entre as marcas e para conseguirmos focar nossas energias em uma única marca e não dissipar em três marcas diferentes. Nós decidimos isso para tentar formar uma marca mais forte e com mais identidade e também, claro, juntar a força criativas das três cervejarias anteriores.

Lupulinas – Vocês optaram por deixar alguns rótulos antigos no mercado. Quais são as eles e qual o motivo deles serem escolhidos?
Cervejaria Dogma – Está tudo muito recente ainda, a princípio vamos manter Cafuza, Hop Lover e Green Dream. A idéia é manter o produto mais forte de cada marca, mas não tem nada completamente decidido sobre os outros rótulos, vamos sentir o mercado e ver o que achamos que vale a pena continuar ou não!

Lupulinas – A The Wallace e a Orfeu Negro que tive o prazer de experimentar na torneira são as novidades da Dogma. Falem um pouco de cada cerveja e por que a escolha destes estilos.
Cervejaria Dogma – A idéia era lançar duas boas cervejas para o inverno e que pudessem marcar a nova marca, por isso escolhemos duas receitas que são muito complexas e interessantes para ser o nosso cartão de visita. A The Wallace é uma Wee Heavy com uma ótima caramelização tanto dos maltes quanto da fervura e traços de fermento bem presentes que trazem grande complexidade para a cerveja. A Orfeu é uma Russian Imperial Stout muito robusta, corpo aveludado e muito complexa com aromas de chocolate, café, baunilha e ótimo perfil de fermentação.

Lupulinas – As micro cervejarias estão buscando junto ao governo federal um reconhecimento à sua importância como geradora de renda e trabalho locais e também uma escala no imposto a ser pago. Qual a posição da Dogma neste assunto?
Cervejaria Dogma – Acreditamos que precisamos mostrar para o governo duas coisas, primeiro que queremos aumentar o consumo responsável da bebida, sempre focados no beba menos beba melhor. E o que é tão importante quanto é que podemos ser produtivamente menos eficientes, mas somos socialmente mais eficientes. Geramos empregos em pequenas cidades e grandes cidades. Sempre queremos disseminar cultura em nossos produtos e o mais importante, geramos aproximadamente um emprego a cada 20.000 litros produzidos, enquanto a grande indústria gera um emprego a cada quase um milhão de litros produzidos. Ou seja, se aumentarmos a nossa fatia de mercado podemos gerar muito mais empregos diretos que a grande indústria da cerveja.
Apoiamos totalmente a Abracerva (Associação Brasileira da Cerveja Artesanal) e a Apacerva (Associação Paulista de Cerveja Artesanal), tanto que no lançamento doamos um barril para que o valor fosse doado para essas instituições. O único meio de conseguir que o setor sobreviva é a redução dos tributos para que consigamos preço para expandir nosso público, que hoje, infelizmente, é restrito.

Lupulinas – Pois é: a questão do preço para o consumidor. É inegável a qualidade de suas cervejas, mas também é dura a realidade do alto preço que é cobrado ao consumidor.
Cervejaria Dogma – Mais inegável é que a carga tributária sobre o setor hoje é gigantesca. Nossos produtos são caros porque usamos ótimos insumos e produzimos em ótimas cervejarias e isso tem um custo. Mas o chamado custo Brasil é o maior de todos, logística e energia estão cada vez mais caras, mas o principal é a tributação. Hoje no Brasil quanto melhor seu produto, mais imposto você paga, pois se você tem um custo maior seu imposto aumenta, pois ele é um percentual do faturamento. Cada um real a mais que colocamos de insumos tem que ser multiplicado por 1,5 devido a carga tributária elevada. Hoje em uma garrafa nossa que o consumidor paga R$24,00 – por exemplo – R$1,00 é nossa margem aproximadamente, mas se juntar os impostos de toda a cadeia nessa garrafa R$7,00 foram para o Governo.

Lupulinas – Sei que vocês começaram a fazer cerveja juntos, na panela, e isto criou e fortaleceu a amizade. Como donos de uma única micro cervejaria existe função determinada para cada um?
Cervejaria Dogma – A criação de produtos é feita pelos três, mas tentamos dividir as tarefas. O Leo tem mais foco em vendas, o Bruno na comunicação e o Luciano nas operações diárias da empresa.

Lupulinas – Onde vocês produzem seus rótulos?
Cervejaria Dogma – Nossos rótulos são feitos pela Agência Form e as ilustrações são do estúdio Alkemist.

Lupulinas – Quais são os planos da Dogma ainda para este ano e para 2016?
Cervejaria Dogma – Temos muitos planos, vamos lançar mais dois rótulos e temos um projeto no Social Beers atualmente, uma Black Saison com açaí em colaboração com a Stillwater dos EUA. Mas o foco principal agora é colocar nossos produtos já existentes gradualmente na Dogma!

É isso daí. O Lupulinas deseja boa sorte para a Cervejaria Dogma e que todos possamos experimentar e curtir todas novidades que vêm pela frente!

Aé Sagarana: novo bar na Vila Madalena

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texto e fotos: Cilmara Bedaque

Depois de alguns tropeços, desde sua abertura em setembro de 2014, agora podemos resenhar com prazer a nova unidade do Empório Sagarana em São Paulo. Localizado em frente ao carinhosamente apelidado por nós de Sagalena, tive uma experiência excelente no Aé Sagarana.

O nome, explicado pelo gerente da casa o paulistano Gus, vem do tupiniquim e quer dizer, apropriadamente, Finalmente Sagarana. Explico para os que não conhecem: o Emporio Sagarana, na Lapa paulistana é pioneiro e referência quando o assunto é cachaça e cerveja artesanal. Querendo ampliar sua clientela, Paulo Leite, dono do Sagarana, encontrou em Tiago Azambuja um ótimo sócio e abriu um Sagarana na Vila Madalena. O espaço é pequeno, só comporta geladeiras com boas cervejas artesanais (era uma antiga marcenaria do bairro)e é ele que chamamos de Sagalena. O sonho era ter também um bar com uma boa cozinha e espaço para instalar barris e torneiras de chope. A oportunidade rolou com um imóvel que ficou vago na frente do Sagalena e pah! as coisas foram se arranjando até agora que podemos ficar felizes em dar uma passadinha por lá.

Vinte e uma torneiras com chopes brasileiros, americanos, belgas e o que melhor pode ser disponibilizado em SP com seus barris dentro de um belo balcão frigorífico. Isso nos anima. Cheguei e cravei meus olhos no sensacional Anderson Valley Imperial IPA e não me decepcionei. Como fantásticas opções ainda rolava Brooklyn Summer Ale, Cafuza, La Trappe Quadrupel, Pauwel Kwak, Rodenbach Grand Cru, Rubicon IPA, Bamberg Rauschbier, Schorstein IPA, Tripel Karmeliet e outras delicinhas mais.

Estava com fome e o Aé Sagarana oferece deliciosas opções de burger feito na casa que provocam dúvidas de tão gostosas e originais que parecem ser suas receitas. Investi no nome da casa e pedi o Sagaburger. Hummmm… 180 gramas de burger artesanal, panceta, queijo da Serra da Canastra e um ovo mole no pão de mandioca. Vocês acham que estava bom? Erraram. Estava ótimo! Voltarei para experimentar um a um.  #Gorda #Gulosa

Além dos sandubas, a casa oferece também uma boa variedade de petiscos como bolinho de mexidinho, coxinha de porco, alheiras e cogumelos. Todos com bons ingredientes e combinações originais.

Como não poderia deixar de ser, a cachaça também tem lugar de destaque nesta filial do Sagarana e uma carta com mais de trinta delicias, principalmente de Minas, pode ser degustada. O bar investe também em coquetéis feitos com cachaça e os que experimentaram me falaram super bem.

Gostei do ambiente que tem o cuidado de deixar um cobertor em cada mesa nesta tentativa de inverno paulistano. Com muita madeira na decoração, o Aé Sagarana é confortável e quentinho quando tem que ser.

Gosto também de contar com o Sagalena em frente com seus bancos e mesas rústicos e a carta de cervejas que também é muito bem feita. Parece que estou apaixonada, né? É. Só aconselho que você beba devagar porque o chope e a cerveja artesanais, além do sabor e da qualidade de seus ingredientes, tem também em média uma graduação alcóolica maior do que você está acostumada. Ah, sim! E seu preço também /o\

AÉ SAGARANA
Rua Aspicuelta 268 (esquina com a Girassol)
telefone: (11) 3031-0816
terça a sexta das 17h a 1h
sábado das  12h a 1h
domingo das 14h as 22h
wi-fi e estacionamento perto

 

Marcelo Carneiro & Colorado: um papo com o dono da cerveja do ursinho (parte dois)

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texto e edição: Cilmara Bedaque

fotos: Cilmara Bedaque e Marcelo Carneiro

Vamos à segunda parte da entrevista que fiz com Marcelo Carneiro, dono da Cervejaria Colorado, conhecida por todos pelo mascote do ursinho. Não leia esta segunda parte sem ter lido a primeira para captar a fluidez do papo.
Cilmara – Você falou que compra quantas toneladas de rapadura atualmente?
Marcelo – Uma tonelada.

Cilmara – Quantos litros você produz hoje e quais são os planos pra 2015 porque eu sei que você está expandindo a fábrica… Aí na mesma pergunta, tudo junto, hoje a empresa não é mais familiar, você deu uma profissionalizada na empresa. Fala sobre tudo isso, Marcelo…

Marcelo – A Colorado faz de 150 a 200 mil litros num mês bom. Nós terceirizamos a produção em mais duas indústrias, a Cevada Pura e a Lund. Tudo isso tem uma história bacana e eu sou orgulhoso dela. Por que eu terceirizo na Cevada Pura? O Alexandre, dono da Cevada Pura, foi o primeiro estagiário da Colorado. A Colorado é também uma incubadora de outras empresas. O Rodrigo, da Invicta, começou como motorista da Colorado. Foi prático, cervejeiro da Colorado, hoje tem sua própria cervejaria. A Lund é uma cervejaria bem pequena de Ribeirão, tem os tanques que a gente precisa pra algumas tiragens e a gente faz com eles, também porque são da nossa cidade. Em Ribeirão Preto a gente tem uma cena cervejeira muito bacana porque todo mundo se ajuda. Às vezes falta fermento, ou falta garrafa e a gente tenta sempre, dentro do possível, se ajudar um ao outro. Estamos sempre nos encontrando, bebendo juntos. É muito importante que nas outras cenas cervejeiras, porque a gente tem outros focos, tem Curitiba, tem Minas Gerais, é importante haver esse entendimento. E eu acho que isso está acontecendo nas outras cidades do país.

Quanto a se profissionalizar, não tem jeito, gente, eu fico falando isso. Ficamos muito contentes de ganhar medalha, mas mais bacana é você conseguir fazer uma cerveja com repetibilidade todo o dia, entregar, pagar os seus impostos… Isso é uma coisa dura de dizer porque é muito fácil ficar falando que vivemos num país injusto… Eu comecei a me rebelar contra os impostos, mas eu vi que quando você não paga, você não tem direito nenhum. Então comecei aos trancos e barrancos a pagar o meu, eu meio que fui até voluntário para colocar o SICOBE na minha fábrica e isso me custou muito, mas por outro lado me fez aprender, me obrigou a me profissionalizar, porque quando você tem o SICOBE você está pagando imposto até pela garrafa quebrada, por todos os seus amadorismos.

dica para o leitor: SICOBE é um sistema que a Receita Federal coloca na fábrica que fotografa cada garrafa e manda para a própria Receita online. É um sistema de controle que a indústria de armas no Brasil não tem.

Marcelo – Eu achava uma coisa totalmente orwelliana, mas se for um instrumento de justiça não me incomoda ter. A gente foi falar com o governo, quando eu era presidente da ABRACERVA (Associação Brasileira de Cerveja Artesanal), fui falar pelos menores e pelos maiores que eu. Estávamos conversando e o governo foi bem claro: se vocês não se legalizarem não vai ter conversa, não vai ter diminuição de imposto, vocês precisam ser vistos como pessoas sérias. Aí a gente propôs para eles um sistema em que o produtor que faz até 100 mil litros de cerveja vai ter um selo na garrafa, igual tem a cachaça e o vinho. Até 100 mil litros, que é a grande maioria do mercado. E os maiores vão ter o SICOBE.

Cilmara – Essa é a pergunta que eu ia fazer para você na seqüência. O mercado de artesanal está crescendo em todo o mundo. Agora, eu sei também que em vários lugares, sei mais dos Estados Unidos, existe uma isenção de impostos fantástica até o primeiro milhão de litros.

Marcelo – Lá é muito mais do que isso. O primeiro milhão de litros foi o que a gente conseguiu aqui. O primeiro milhão tem 10% de abatimento, o que ainda é pouco. Lá eles têm proteção até 3% do mercado e ninguém ainda chegou em 3%. A Samuel Adams, que é a maior micro cervejaria americana, tem 2 virgula alguma coisa do mercado. E é a maior cervejaria puramente americana. Isso é para mostrar que todos os governos estão preocupados com esse fenômeno da concentração do mercado cervejeiro. Por quê? Eu não quero assim criticar só a desigualdade, eu não sou contra a desigualdade desde que ela sirva a um bem comum. Essa fala não é minha, é do Thomas Piketty, esse cara que escreveu aí o “Capital no século 21”. Tem que haver um espaço para a livre iniciativa. Porque senão é ruim para o agricultor que está lá embaixo, é ruim para a grande indústria também porque ela acaba sucumbindo diante do peso dela mesma. Ela acaba mal vista. Ela é culpada de todos os males do álcool, ela não pode produzir, por exemplo, todos esses bens culturais que as pequenas podem vir a criar. A cerveja tem que ser equiparada ou fazer um trabalho melhor do que o do vinho. Eu acho que o vinho é mais bem visto como produto. Nós, pequenos, temos que trabalhar também nessa parte de responsabilidade social e alçar bandeiras maiores, como mobilidade urbana e embates intelectuais maiores do que a grande indústria.

Cilmara – Você foi o primeiro presidente da ABRACERVA que, finalmente conseguiu se formar. Muito se lutou para que ela conseguisse existir até.
Marcelo – Isso
Cilmara – Vocês chegaram a Brasília e começaram a argumentar as leis que seriam aprovadas ou não. Eu queria que você contasse pra gente qual foi a vitória e qual foi a maior derrota da associação e qual a grande dificuldade que você vê na aprovação das idéias que a associação defende lá dentro do governo

Marcelo – A maior vitória foi, nessa legislação que esta para vir, ser reconhecido finalmente como um animal diferente. Não é possível que o governo não estivesse vendo que no Brasil tem um mercado só com quatro empresas. E as que fazem cerveja especial têm por volta de 1% deste mercado. Aí tem 300 empresas, 100% nacionais, sem motor de banco, que são iniciativa da classe media brasileira, que justamente é o pessoal que montou, ao longo dos últimos anos, e que quer ter acesso. Não quer só consumir, quer produzir também.

Cilmara – Empregam quantas pessoas, Marcelo, você tem essa noção?
Marcelo – Muito mais pessoas por hectolitro do que uma grande cervejaria. Eu não tenho essa noção exata.
Cilmara – Porque é menos automatizada?
Marcelo0 – Exatamente, eu posso falar por mim, eu emprego 70 famílias. Se for extrapolar a Colorado para as grandes, é muito, muito, muito mais. Vai alem da questão do imposto. Vai para a questão da livre escolha do consumidor, o consumidor tem direito de escolher o que quer beber. A classe média tem direito a querer ter a sua indústria. Por que o cara que tem seu dinheirinho pode abrir uma padaria, mas não pode abrir uma cervejaria? Porque há uma legislação que foi desenhada só pros grandes. São exatamente os mesmos ingredientes. Não tem lógica. E somos nós que podemos quebrar a hegemonia que existe no consumo do álcool se a gente trabalhar direito.

Cilmara – E qual foi a maior derrota?
Marcelo – A maior derrota é as pessoas que me perguntam qual é o maior concorrente da Colorado. É o mesmo, é o maior concorrente de todas as pequenas. É a concorrência da ignorância. É as pessoas acharem que a cerveja e uma coisa monolítica, que não tem nada por trás da cerveja, que só tem gente querendo ganhar dinheiro. Que a cerveja não tem história, que a cerveja é uma bebida amarela com um pouco de malte e só gente ambiciosa por detrás. Não, a cerveja tem muita riqueza por trás, a cerveja tem muita história. A cerveja não estaria do lado da humanidade há oito mil anos se não tivesse essa vantagem. Até às pessoas que têm uma objeção religiosa quanto ao consumo, eu queria lembrar a essas pessoas que o primeiro milagre que Jesus Cristo fez foi multiplicar a bebida alcoólica. É lógico que aqui a gente não está defendendo o excesso, existem as famílias que são destruídas pelo excesso de álcool… A gente está defendendo que a cerveja aproxima as pessoas. Mas isso acontece com todas as coisas, às vezes você dá um carro para uma pessoa e ela fica se sentindo a rainha do mundo e atropela outra. Então vamos proibir os carros? Vamos olhar as coisas sob a perspectiva apropriada.
Na Europa, vários mosteiros fazem cerveja e os monges bebem.

Cilmara – Tive o prazer de visitá-los com a Vange, foi ótimo. Inclusive os ciclistas bebem. Era muito engraçado, a gente na Bélgica, em um restaurante de mosteiro, de repente uma turma de ciclistas, todos paramentados, entram, tomam uma tacinha e continuam o passeio de domingo, a viagem que eles estavam fazendo…

Marcelo – A cerveja não iria estar com a gente há tanto tempo se não fizesse bem. Eu li um livro francês que um médico compara todas as causas possíveis de morte em gente que bebe e em gente que é abstêmia. E provava que os abstêmios morrem mais de causas diversas tudo, inclusive, infelicidade, tensão, stress, suicídio, que os que bebem moderadamente.

Cilmara – A Colorado vai crescer em 2015? Vai ter fábrica nova?
Marcelo – Vai ter fábrica nova. Crescer é importante, mas crescer sem perder a ternura. (risos)
Cilmara – vocês vão duplicar a produção? Quais são os números?
Marcelo – Olha eu não sei, porque a gente não tem motor de banco, não sou um grande financista. Vou crescer na medida em que a minha grana der. Eu agora tenho espaço, disso estou gostando muito. Vou ter meu poço de água próprio, estou muito contente com isso, lá em Ribeirão.

Cilmara – Isso é ótimo, porque é uma água boa também, né?
Marcelo – Vem do Aqüífero Guarani direto. Estou numa pegada ecológica também na fábrica. Enfim, estou muito animado porque fiquei muitos anos nesse lugar pequeno, batalhando, muita gente lançando coisa nova e a Colorado ali, grande no nome, mas pequenininha na fábrica e agora esse ano, puf, a gente vai ter espaço de novo!

Cilmara – Pra 2015 então continuam os quatro rótulos fixos, a Indica…
Marcelo – A Appia, a Demoiselle, a Cauim e a Vixnu que agora entrou também nas fixas. A gente vai fazer algumas colaborativas e tal. A Colorado não lança muitos rótulos. Ela tem uma coisa diferente, que ela acha que cada cerveja é como se fosse um filho. Isso é uma filosofia nossa, combinada com o Randy, desde o começo. Ele disse “cada cerveja tem que ter um nome e uma história” e a gente acredita nisso. A gente não lança muito, somos um clássico das cervejarias.
Cilmara (rindo) – São os Paralamas das artesanais…
Marcelo – Isso. A gente não lança muita coisa, mas tenta lançar coisas boas.

Cilmara – Para o ano virão algumas sazonais então. Não necessariamente as mesmas deste ano?
Marcelo – Está vindo a colaborativa que a gente fez com a Tupiniquim e a norueguesa Nogne Ø, que tá muito boa, uma Saison, a Ybá-Ia, com adição de uvaia. Com a St. Feuillien, lá da Bélgica, fizemos outra Saison, a Marguerite que, inclusive, homenageia a contribuição feminina para a história da cerveja. Isso tudo pra gente é um aprendizado porque a gente está querendo fazer a nossa própria Saison. Usamos esse conhecimento dos outros porque mais tarde a gente vai fazer a nossa. Talvez ela entre em linha, talvez ela seja uma sazonal como o próprio nome diz. O futuro vai dizer…

E aí continuamos nosso papo, mas adentramos outros assuntos que não têm nada a ver com a pauta desta entrevista. E, dessa maneira, pude conhecer mais demoradamente e entender porque Marcelo é um dos lideres do movimento da cerveja artesanal brasileira. Pude ver também como a experiência nos transforma em dinos, mas com inteligência e mobilidade a renovação está na virada da esquina. Longa vida a Colorado!

P.S.: No meio cervejeiro todos sabem que a Ambev está cercando as cervejarias de Ribeirão Preto. A gigante quer ter uma base nesta região que é rica em tradição e em fábricas importantes. O Lupulinas bebe e observa… ;)

 

Marcelo Carneiro & Colorado: um papo com o dono da cerveja do ursinho

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texto e edição: Cilmara Bedaque
fotos: Cilmara Bedaque e divulgação
transcrição: Luciana Moraes

Dia desses marquei um encontro com Marcelo Carneiro, dono da Cervejaria Colorado, para falarmos sobre ele, o começo da fábrica e os planos para 2015. O papo correu cariocamente amigável e solto como se nos conhecêssemos há muito tempo. Vamos saber um pouco da história de uma das maiores micro cervejarias do Brasil.

Marcelo – Eu queria comparar o que está acontecendo com a cerveja artesanal com o que aconteceu com a música, com o rock, há alguns anos atrás.
A música hoje em dia se financiou e virou um negócio. É uma coisa amorfa e não tem um espaço de contestação como tinha antigamente. Por outro lado, o mundo da cerveja artesanal está virando uma espécie de um rock engarrafado.

Cilmara – É engraçado você falar isso porque o Lupulinas era feito pela Vange e por mim e sempre nos atraiu, quando a gente começou a entrar nesse universo de cerveja artesanal, uma espécie de clima de ‘rock de garagem’ que a gente viveu nos anos 80. Sentimos de cara essa similaridade. Os “grandes”, os que continuaram alternativos…Tem um monte de coisas que a gente pode colocar como muito parecidas…

Marcelo – É verdade. É totalmente essa briga contra o mainstream, contra a mesmice. Com as vaciladas que os artistas também davam, antigamente.

Cilmara – Conta para o nosso leitor, que já deve reconhecer a Colorado nas prateleiras dos supermercados e dos armazéns especializados, como você teve a idéia de montar uma cervejaria e como foram os primeiros anos. A Colorado é de 1995, né?

Marcelo – Isso, 95. Vinte anos já! Eu nem sabia o que eu estava fazendo direito, na verdade. Quem botou a gente nessa onda foi o Cesáreo Melo Franco, esse meu amigo que fez a comparação há poucos dias no Facebook dos dois movimentos do rock e da cerveja e eu achei que era muito pertinente a história. Mas eu também não sabia que estava fazendo rock. Eu achei que estava fazendo uma coisa muito fácil, tomar cerveja… Fui para a Califórnia, eu me lembro da primeira Indian Pale Ale que eu tomei: a Blind Pig, Porco Cego. Achei o nome muito engraçado e essa cerveja até hoje existe. Fui lá e comecei em Ribeirão num modelo muito diferente do que estava sendo feito no Brasil. Na época, estavam abrindo várias cervejarias fazendo cerveja Pilsen, filtrada e não filtrada, ou cerveja Bock, não sei que e tal. Eu vim e trouxe todos aqueles sabores diferentes, influenciado pelo que estava acontecendo lá fora.

Cilmara – Na Califórnia principalmente.
Marcelo – Isso. Há 19 anos eu já tinha Indian Pale Ale, eu já tinha Red Ale, eu já tinha uma Stout, eu tinha uma California Steam… Eu tinha uns estilos totalmente esquisitos e usava às vezes uns lúpulos que hoje nem são tão esquisitos, mas na época eram desconhecidos por aqui. E Ribeirão Preto ainda era interior, sem informação, todo mundo achava aquilo muito esquisito, muito estranho. Tinha uma fábrica grande com uma tradição grande lá, que era a fabrica da Antártica, o orgulho municipal.

Cilmara – E você escolheu Ribeirão por quê?

Marcelo – Eu escolhi Ribeirão porque eu ia pra lá, meu pai tinha uma terrinha lá, eu passava minhas férias lá, eu gostava da vida do interior

Cilmara – Não foi nada que te levou da fama da cerveja lá, nada…

Marcelo – Eu era diferente, eu era um carioca lá, era novo, tinha vinte anos, nossa, eu agradava…

Cilmara – Carioca em Ribeirão (risos). No início a Colorado era uma empresa familiar também…

Marcelo – Totalmente, era eu e minhas irmãs

Cilmara – E aos poucos você se tornou o único dono…

Marcelo – Isso, porque eu vi que fiquei totalmente infectado com o vírus da cerveja, que não é a cerveja, é mais que a cerveja. É um produto muito forte a cerveja. Ela une os povos. Se você pensar que construíram as pirâmides pagando os funcionários com cerveja…

Cilmara – É uma das bebidas mais antigas da humanidade, está por trás de tudo.

Marcelo – Isso, ela é uma das mais antigas. Na guerra, nas revoluções, sempre tinha a ração de cerveja para os soldados.

Cilmara (se entusiasmando risos) – Na arte. O que seria do pintor sem cerveja!

Marcelo (rindo muito) – Tem pintores regados a cerveja! Tem Bruegel! A cerveja é uma coisa muito forte senão ela não estaria na história da humanidade há oito mil anos! E ela surgiu espontaneamente em vários lugares do mundo! E a gente tem uma pegada, só um olhar europeu, mas os índios faziam a sua cerveja, os chineses faziam cervejas, têm uma história só deles. Nós no Brasil temos uma história só nossa, os índios faziam cerveja de mandioca e, infelizmente, não deixaram vestígio escrito… Essas bebidas fermentadas estão junto da humanidade há muito tempo, alguma razão evolutiva tem para isso acontecer.

Cilmara – Quando você incorporou nos rótulos que estão agora no mercado os produtos nacionais, a mandioca, o mel, a rapadura, tudo que você usa nos seus rótulos fixos, você quis de certa maneira conseguir fazer uma cerveja brasileira?

Marcelo – Isso. Foi assim “bacana, até agora eu copiei, eu aprendi bastante, tal. Agora chega, vamos fazer o nosso.” Porque é a cara do Brasil, nós também somos um país de imigração, todos nós temos um pé na Europa, e a partir de certo momento, a gente decidiu ser brasileiro aqui. A Colorado decidiu “vamos fazer cerveja com o que a gente tem em volta”. Os EUA fizeram assim e a Europa fez assim também. Os belgas fazem cerveja com açúcar de beterraba porque lá tem beterraba, os alemães têm a lei de pureza porque lá tem muito malte e lúpulo. Os ingleses fazem a cerveja deles muito maltada porque o malte deles tem algumas características e a gente tem que fazer a nossa cerveja com a nossa cara. A partir deste momento, em cada produto que a gente faz, tem um produto brasileiro, uma matéria prima local.

Cilmara – Você falou em fazer uma cerveja com a nossa cara. A Colorado tem uma das maiores marcas do mercado. A programação visual é muito boa, aquele ursinho é um sucesso quando aparece nas feiras e festivais, todo mundo quer tirar uma foto com aquele ursinho, que é um ursão na verdade… Eu queria que você falasse um pouco disso, como foi o desenvolvimento da marca e os rótulos, quem fez etc.

Marcelo – Quem fez foi o Randy Mosher.
Cilmara – Que é um dos maiores designers de rotulo do mundo.
Marcelo – E que eu descobri por acaso na internet. Eu já tinha lido os livros dele e estava falando com ele na internet sem me tocar que ele era o Randy que eu lia. O que foi uma vergonha porque eu quis ensinar padre nosso ao vigário, tentando explicar o que era uma India Pale Ale para ele… Mas aí…
Cilmara – Você encomendou o desenvolvimento da marca?
Marcelo – Dos rótulos. Falei pra ele que tinha essa idéia de colocar as coisas brasileiras, ele me deu outras idéias. Ajudou no desenvolvimento da rapadura me perguntando: “por que você não usa aquele açúcar brasileiro?”

Cilmara – Aaaahhh, ele entrou até no desenvolvimento da cerveja?
Marcelo – Sim, foi fundamental. Ele falou “aquele açúcar brasileiro” e eu “pô, qual açúcar brasileiro?” “rap rap rap.. rapadura!” “rapadura, cara, porra, genial! é mesmo!” (risos) Hoje um dos orgulhos da Colorado é que a gente comprava rapadura de 30 em 30 kg e hoje compramos 1ton de rapadura da mesma família, do mercadão municipal. A gente não compra de uma grande indústria, a Colorado é super ligada nessas coisas. A Colorado ajuda também a sustentar um cinema, que é o Cineclube Cauim de Ribeirão Preto, um cinema de uma tela de 35m, que é um cinema que tem sessão de graça pra criança, quatro vezes por dia, pra rede municipal de escolas da região. Este é um lado desconhecido da Colorado, que a gente nem se jacta muito disso.

Cilmara – Mas faz parte dos mandamentos do que seria a cultura da cerveja artesanal, né? A valorização da cultura local, do produtor local, os princípios básicos mesmo desse movimento, porque é um movimento.

Marcelo – Exatamente. A gente faz parte desse movimento. O Cineclube Cauim já existia antes da gente. Deixar isso claro, o Cauim é uma organização que existe em Ribeirão Preto há 25 anos. Eles têm um bar na porta do cineclube, tem vários movimentos culturais que vão lá, do cinema brasileiro, geralmente tem várias estréias lá, e os diretores debatem com o público depois do filme assistido.

Cilmara – Vange e eu fomos à Dogfish Head, no estado americano de Delaware, e em volta, na cidade toda, eles promovem peça de teatro, cinema, feira, showzinho, gente famosa em um palquinho bem pequeninho dentro do bar. Um clima super maneiro assim, de cultura e produção local.

Marcelo – É por isso que a cerveja é o rock de hoje em dia, é por isso que tem que haver as novidades, a gente não pode deixar vulgarizar. A cerveja artesanal tem que ter essa função social.

Cilmara – Eu sei que a Colorado sempre apoiou as Acervas e os paneleiros. É essa idéia de apoio geral de toda a teoria que existe nesse movimento

Marcelo – Em novembro, durante o Mundial de La Bière, a gente tava lá no Rio, mas mandamos vários barris vazios pro evento que estava tendo na Bahia, dos cervejeiros caseiros, para serem cheios em outras cervejarias, para poder ter cerveja de micro no evento dos nanos. E agora a gente tá marcando no aniversário da Colorado fazer outro encontro de caseiros e micreiros cozinhando juntos.

Cilmara – Legal. Você falou que compra quantas toneladas de rapadura atualmente?
Marcelo – Uma tonelada.
Cilmara – Quantos litros você produz hoje e quais são os planos pra 2015 porque eu sei que tem planos de expansão da fábrica, aí na mesma pergunta, tudo junto, hoje a empresa não é mais familiar, você deu uma profissionalizada na empresa. Fala sobre tudo isso, Marcelo…

E Marcelo vai falar. No próximo post… Não perca.

(continua no próximo post)

 

Festival Brasileiro da Cerveja 2015

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Novidades e Lançamentos

texto de Cilmara Bedaque com colaboração de Luciana Moraes

Começa hoje, dia 11, e vai até dia 14 de março, em Blumenau, o Festival Brasileiro da Cerveja. Considerado o maior do país, ele reúne, na Vila Germânia, as maiores cervejarias do país além de produtores, jornalistas, especialistas e consumidores que podem beber mais de 600 rótulos. Paralelamente acontece o Concurso Brasileiro de Cerveja que elege as melhores entre seus estilos e o II Concurso Randy Mosher de Design de Rótulos, criado pela Colorado.

Muitos lançamentos estão programados para estes dias de muita festa e trabalho acompanhados de uma rica programação artística e cultural, palestras e ótima gastronomia.

Conheça então alguns dos lançamentos que serão feitos em Blumenau:

Bodebrown
Terceiro lançamento da linha Wood Aged Series, a edição limitada da Belgium Tripel Montfort foi envelhecida por 12 meses em barricas de carvalho norte-americano, anteriormente utilizadas em vinhos Merlot. São somente 3 mil garrafas, safradas, numeradas e com a assinatura dos irmãos Paulo e Samuca Cavalcanti.

A receita original, criada pela Bodebrown em homenagem ao cervejeiro belga Jacques Bourdouxhe, ao passar pelas barricas de carvalho, usadas em vinhos da Serra Gaúcha, ganha corpo e estrutura, ideais para a guarda longa, de até 10 anos. As garrafas já estão à venda no site da cervejaria.

Para o FBC, a Bodebrown vai levar 27 tipos de chopp diferentes, mas a Cupulate Porter é a novidade da Bodebrown, uma colaboração com a Amazon e a De Bora Bier.
No estilo Porter, a bebida escura recebe adição de Cupulate da Amazônia, espécie de chocolate feito com semente de cupuaçu, no lugar do tradicional cacau.

DUM Cervejaria
A DUM apresentará uma série especial da Petroleum, com maturação em barricas de Amburana, Castanheira do Pará e Carvalho Francês. A série será vendida em chope e num kit com quatro garrafas – uma da tradicional e três que repousaram em diferentes madeiras. Esta série é uma parceria com a cachaçaria Porto Morretes, sediada no litoral do Paraná.

Serão colocados à venda no Festival apenas 100 kits. Após o evento, outros 900 serão comercializados em todo o país, pela distribuidora Beer Maniacs.

A DUM também trará ao evento sua coleção de copos de cristal, feitos artesanalmente na Cristal Blumenau, com quadro modelos, um para cada cerveja – Grand Cru, Karel IV, Petroleum e Jan Kubis.

O merengue de Petroleum, um doce criado em dobradinha pela Gelataio, marca de gelatos italianos conhecida pelo namoro com o mundo cervejeiro, traz recheio de claras em neve batidas com Petroleum e cobertura de chocolate belga.

Para completar, haverá uma coleção de 5 camisetas, decoradas com artes que prestam homenagem às quatro cervejas de produção constante da cervejaria, bem como uma da marca com o mote que a DUM adotou: “Aqueles que tiverem paciência serão recompensados”

Das Bier
Para o Festival Brasileiro da Cerveja, a Das Bier levará um lote pasteurizado, com edição limitada da Stark Bier, cerveja premiada em 2014.

Way Beer
A Way Imperial Mangue Stout, com 84 IBU’s (Unidade de Amargor), 10,7% de teor alcoólico, 6 meses de maturação e muitos quilos de malte torrado em sua receita.

Tormenta
Será apresentada no Festival a Tormenta Wit Bear, uma witbier clássica com 15 IBU (Unidade de Amargor) e 5% de teor alcoólico, que leva na receita trigo não maltado, cascas de laranja frescas e coentro.

Bamberg
A cervejaria de Alexandre Bazzo, de Votorantim em São Paulo, vai apresentar a Weizenbock Helles, maturada por 5 anos em barris de vinho tinto.

Invicta
A novidade é a Transatlântica Sour. Ela tem 6% ABV e leva cajá-manga na receita.

Weird Barrel 
Os paulistas apresentarão a Weird Barrel Bad Luck, uma fruit beer com frutas vermelhas. Será a estréia da cervejaria no Festival.

Experimento Beer
Um lançamento que não estará no FBC, mas vale ser comentado é a Saison Umbu, resultado da associação da Experimento Beer com a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), através do estúdio DoDesign-s

A Saison Umbu tem 10% da fruta em sua composição e 6,2% de álcool. A acidez, doçura e perfume do umbu equilibram-se com os aromas e sabores frutados, cítricos e condimentados desta refrescante Saison – estilo de cerveja originado na Bélgica que, tradicionalmente, inclui em sua produção ingredientes como sementes, especiarias e frutas. Lançada no 7° Festival Regional do Umbu, em Uauá/ BA, dias 6 e 7 de março de 2015, a cerveja está disponível, por enquanto na Coopercuc.