Lager: a favorita da galera

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Muita gente fica confusa quando o assunto é o tipo da cerveja que bebemos ou queremos beber. Básicamente as cervejas podem ser lagers ou ales. Vamos, neste post, falar só das lagers que são as cervejas mais consumidas do mundo. No Brasil, só pra dar idéia da popularidade, 99% das cervejas consumidas são do tipo lager (e industrializadas, já que o hábito de beber artesanais, embora cresca ano a ano, ainda não faz parte do dia a dia do brasileiro, por inumeros motivos que ainda abordaremos aqui no Lupulinas).

Basicamente, o que diferencia uma ale de uma lager é o processo de fermentação das cervejas. As ales passam por um processo de alta fermentação em temperatura ambiente. As lagers são menos fermentadas e o processo ocorre sob temperaturas frias. Graças a este processo de (baixa) fermentação, as cervejas estilo lager resultam geralmente mais límpidas e menos opacas. Quanto à coloração as lagers variam, de amarelo claro até completamente pretas e, em geral, são menos alcoólicas que as ales. Outra diferença entre os dois tipos é que a levedura é colocada acima do mosto nas ales e abaixo dele nas lagers.

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Outro ponto é que, graças sua leveza, as lagers pedem para ser bebidas refrigeradas, enquanto as ales devem ser servidas em temperatura ambiente. Obviamente essa observação é um tanto eurocêntrica. Aqui no Brasil, a verdade é que refrescamos as ales e gelamos as lagers porque o calor de verão assim exige. Tudo é adaptação.

Para melhor explicar os tipos e subtipos de cerveja lager, resolvemos emprestar esse infográfico bacaninha do livro “Brasil Beer – O guia das cervejas brasileiras“.

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Pois então, camaradas, temos lagers escuras (bocks e dunkels), douradas (vienna) e as claríssimas (dortmund e pilseners). Elas variam também na adição de lúpulos, com o amargor variando de 8 a 35 IBU (exceto as tchecas, mais lupuladas, que alcançam 45 IBU).

Talvez o mais conhecido subtipo de lager dos brasileiros seja a pilsener (também chamada de pilsen), bem clara, não muito amarga e levemente aromática. Ela deve seu nome a cidade de Pilsen, República Tcheca, onde foi criada em 1842 por um cervejeiro local, da região da Bohemia. Mas o que as indústrias no Brasil afirmam ser pilsen soaria como insulto entre os tchecos. A mistura de milho descaracteriza totalmente a pilsen brasileira industrial.

Nós, Lupulinas, gostamos especialmente das tchecas. Fomos até Praga em busca de suas famosas lagers. No Pivovarský Dům (literalmente, “Casa do Cervejeiro”), bar-cervejaria não muito longe do centro, experimentamos duas clássicas lagers tchecas: a clara e a escura (há também a opçao de misturar as duas). Bebidas assim, fresquíssimas, direto da torneira onde os caras fabricam a cerveja, é uma experiência única. A cervejaria não envasa, mas você pode levar um growler pra casa ou para o hotel (falaremos mais de Praga em outro post).

Outra famosa e deliciosa cerveja que provamos em Praga foi a lager do U Fleku, bar-cervejaria perto do Teatro Nacional. A U Fleků Flekovský Tmavý Ležák 13° (sim, é este o nome da cerveja) é bem escura, límpida, redondíssima, leve e só encontrada em suas torneiras (eles não engarrafam).

A verdade é que há um mundo de lagers a ser explorado e para isso selecionamos algumas artesanais brasileiras para a galera:

LAGERS ARTESANAIS BRASILEIRAS (tipo e estado em que são porduzidas)

Biritis – Vienna Lager – RJ
Way Premium Lager – Premium American Lager – PR
Way Beer Amburana Lager – maturada em barril de amburana – PR
Schornstein Pilsen – American Lager – SP
Backer Capitão Senra – Amber Lager – MG
Baden Baden Crystal – American Lager – SP
Bamberg Camila Camila – Bohemian Pilsen – SP
Colorado Cauim Pilsen – Pilsener com féculas de mandioca – SP
Coruja Extra Viva – Lager Premium – RS
Jan Kubis – Amber Lager – PR
Eisenbahn Pilsen – Lager – SC
Eisenbahn 5 – Amber Lager com dry hopping – SC
Falke Bier Red Baron – Vienna Lager – MG
Invicta – German Pilsener – SP
Mistura Clássica Mary Help – Vienna – RJ
Morada Double –  Vienna – PR
WÄLS Pilsen – Pilsen Bohemia – MG
WÄLS X-Wals – American Lager – MG

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25 thoughts on “Lager: a favorita da galera

  1. Tem alguns erros crassos nessa matéria. Não tem nada a ver o tipo de fermentação com o fato de a cerveja ser límpida e pouco opaca. Isso tem a ver com a cerveja ser filtrada ou não. Já tomei pilsens opacas, que simplesmente não eram filtradas. E o fato da cerveja ser Ale não significa que ela deve ser servida em temperatura ambiente. As cervejas do estilo Kölsch, que são Ales, devem ser servidas geladas. Independente de ser Lager ou Ale, cada estilo de cerveja tem uma temperatura ideal de consumo.

  2. demais o blog de vocês! sou cervejeiro artesanal há uns meses e acho muito legal o modo como vocês divulgam a cultura cervejeira. e espero ver mesmo esse post sobre o por que de as nossas artesanais não serem muito consumidas. o preço é absurdo. simples assim. eu comecei a fazer para tomar cerveja boa mais barata do que pilsen de mercado. tá funcionando. rumo à autonomia cervejeira. assim posso comprar as caras só quando eu quiser e puder.

  3. cara, todos ganharíamos mais se as pessoas não vendessem gato por lebre. o poder das grandes é enorme. sempre vai depender de vários fatores que afetam o consumidor brasileiro.

  4. Que cerveja vocês andam tomando nos corredores da editoria etílica da Carta Capital? Acho que devem mudar o rótulo porque está dando beyblade (gíria de favelado que não lê Carta Capital e bebe Skol, mals aê).

    Já é o segundo "artigo" que leio em dois dias que trata adição de milho como um caráter típico e exclusivo da "cerveja brasileira". Conseguiram patrocínio da Heineken, foi? Se foi, parabéns, ótima cerveja e ótimo patrocínio.

    Mas eu fico até sem graça de informar aos nobres blogueiros socialistas do Leblon do núcleo "cervejeiro" desta "notável" publicação que tirando a Heineken, a Beck's e a Estrella Galicia todas as demais cervejas populares do mundo conhecido (leia-se: Europa Ocidental e Américas) são tão cheias de milho, arroz e cana quanto as nossas: Corona, Carlsberg, Miller, Bud, Stella Artois, Dos Equis, Jupiler, Sagres… é tudo cerveja de milho.

    Então dá pra parar com este besteirol afetado de "Mas o que as indústrias no Brasil afirmam ser pilsen soaria como insulto…"? "Ahh, mas é que a cerveja tcheca e a lei de pureza da Bavária…"

    Não é ufanismo tupiniquim, não é advocacia da AMBEV, é só não gostar de ler desinformação afetada como se fosse informação relevante. Se querem explicar as diferenças entre cervejas digam que existem cervejas de diversos padrões que atingem diversos paladares e bolsos, que as mais baratas e ordinárias costumam conter adição de milho, cana e arroz… que as mais caras e peculiares só levam cereais malteados… que existem dois mercados cervejeiros em que a produção é mais exigente por motivos histórico-culturais e nestes virtualmente todas as marcas só levam malte.

    Mas não me encham a paciência de novo com esta baboseira de "a AMBEV malvadona capitalista adiciona milho na cerveja, que absurdo, buááááá".

    E, si vous plait, autorizem meu comentário que foi muito mais educado que devia e disse muito menos besteira que o artigo: até lancei uma expressão em francês para arrotar afetação.

    • amigo, parece que em termos de afetação voce ganhou. parabéns! quanto às cervejas, parece que você andou bebendo algumas vencidas. se observar nosso blog , sem seus vicios de raciocinio, verá que não temos nada a ver com a cerveja holandesa citada que não tem nada de artesanal. volte sempre.

  5. Não entendi a questão da "adição do milho". Não sou nenhum tipo de expert, sou apenas consumidor de qualquer cerveja (menos sem álcool), devido ao preço, me acabo mesmo é com as industrializadas das grades marcas. Gostaria de entender melhor, por exemplo, a Brahma tem adição de milho? Em sua composição diz: Água, Malte, Cereais não malteados, carboidratos e Lúpulo. Tem milho nesse meio aí?

    • pois é. esses cereais não malteados geralmente são milho e/ou arroz que são mais baratos e fermentam mais rapido. ainda em função do preço um dos lemas da cervejas artesanais é \”beba menos e melhor\”.

  6. Tô apaixonada pelo blog! Bebo cerveja há anos mas me encantei com os processos de produção numa visita a Dublin. Obrigada por compartilhar seu conhecimento!

  7. Wait a mino’e….duntt you want more immigrants so that they will drive down wages, thus making our products more competitive?We should also ignore intellectual property laws. China flouts our laws…. But then I guess that would make us as bad them.

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