Lúpulos da Patagônia na Bodega Cervecera

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Há poucos meses, a BJCP (Beer Judge Certification Program) homologou um novo sub-estilo de cerveja que significa uma vitória para os cervejeiros artesanais latinoamericanos: a IPA Argenta. Mas no que essa nova IPA difere das demais? Basicamente, a IPA Argenta se caracteriza por usar em sua composição maltes pilsen e de trigo (cereal muito cultivado pelos hermanos) e lúpulos da Patagônia Argentina.

Nós, Lupulinas, fãs confessas do estilo India Pale Ale, resolvemos aproveitar o feriado para visitar a bela Buenos Aires e, de quebra, provar a novidade. Amigos, a IPA Argenta não nos decepcionou.

Ainda difícil de encontrar nos bares especializados, demos sorte de encontrar três garrafas de IPA Argenta produzidas pela cervejaria Dust. Muito bem equilibrada, esta IPA leva lúpulos Nugget, Cascade, Mapuche e Victoria (todos plantados no sul da Argentina), é razoavelmente maltada e tem um teor alcoolico de 5,6% e 45IBU, fazendo dela uma cerveja leve e com bastante “bebabilidade”.

Ela é mais seca que as IPAs americanas e tem corpo mais leve que as inglesas, tendo em comum com elas os aromas cítricos, herbáceos e florais, dependendo da proporção e do modo como são adicionados os lúpulos.

Bebemos esta IPA Argenta, produzida pela Dust, num boteco sensacional aberto há um ano no bairro de Palermo, em Buenos Aires. É o Bodega Cervecera que mantém com destaque a boa fama dos bares portenhos. O ambiente é pequeno, com mesas na calçada e um segundo andar bem confortável. O estilo é rústico e meio improvisado como os bons botecos são. Sente-se que ele está sendo criado pelo tempo, por seus donos e frequentadores.

No dia que fomos a TV estava ligada na semifinal da Copa dos Campeões e vimos o Chelsea ser eliminado pela Atlético de Madrid e os outros clientes do bar festejarem a final madrileña. Terminado o jogo, o preponderante classic rock invade o ambiente como em todos bares de artesanais que fomos aqui em Buenos Aires. O clima fica ótimo.

Apos experimentarmos a IPA Argenta resolvemos continuar na viagem e comparar as outras IPAs poduzidas por nossos vizinhos. Aconselhadas por Alícia (a melhor garçonete do mundo) partimos para a American IPA da Triskell Brewing Co. com 7% de graduação alcóolica e 70 IBU. Uma garrafa linda de 750ml, com elefantes raivosos no rótulo e produzida com double dry hopping. Ela é bem maltada mas com lupulo muito presente. Uma pedrada. Das boas.

A Bodega Cervecera não tem muitas torneiras, mas tivemos o prazer de experimentar a Black IPA da Cork que não nos decepcionou. Redonda, bem feita, ela fica magnífica com azeitonas pretas que Alícia providenciou. Alias, seguindo a tradição de bares europeus, a Bodega não tem cardápio de petiscos ou pratos. Improvisa-se queijos e azeitonas só pra você não sair de lá dando PT (Perda Total ;)

Completamos o trabalho com uma Frausen IPA que achamos bem normalzinha, bem feita mas sem nada que nos chamasse mais a atenção. Uma IPA mais floral que herbácea ou cítrica.

E assim saimos do Bodega Cervecera felizes da vida por termos experimentado a IPA Argenta e por termos conhecido um boteco dos bons. Aquele que os locais passam na sua hora e são muito bem recebidos por Alícia que sabe o que eles gostam.

Bodega Cervecera
Rua Thames, 1759 (entre a El Salvador e a Costa Rica)
Palermo Soho, Buenos Aires
tel.: 5411-48333770
aberto todos os dias a partir das 18hs

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Comentários (2)

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Nunca experimentei essa tal de cerveja artezanal - só de ver os nomes as fotos, os sabores. Deve ser algo muito bom de se experimentar ou de se tomar com alguém de bom gosto assim: tipo boa companhia, bom papo, dar risada, jogar conversa fora ou quem sabe namorar, é isto.
Parabéns pelas excelentes reportagens! Quero acompanhar de perto.

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