#Mimimilho: A tortuosa questão do milho na cerveja

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espiga milho compac

texto e fotos: Cilmara Bedaque e divulgação

Já há algum tempo, o Lupulinas quer falar sobre a adição de milho (e arroz) na cerveja. Isso porque este assunto virou uma grande oportunidade para todos estudarmos, aprendermos e não sairmos por ai repetindo as coisas de orelhada.

Sim, porque neste mundo da cultura da internet™ grandes mentiras viram verdades e grandes verdades viram piadas. O milho, depois de usado pelas grandes cervejarias para baratear seu custo, produzir teor alcoólico e, além de tudo, ser escondido nos rótulos sob o cognome de “cereal não maltado” foi chicoteado, esquartejado e ofendido em sua nobreza de grão. O problema não é o milho, mas sim o uso que essa indústria fez dele. Aí começou essa ignorância que só malte de cevada era cerveja e que outras experiências procurassem outro nome. O grau de ataque é nível torcida de futebol enfurecida.

Todos têm que ter opinião para tudo? Vamos lá. Fui averiguar o assunto. Oh! A mais antiga “cerveja” encontrada na China era feita de arroz? Os rígidos alemães usaram milho para retirar a opacidade de suas cervejas? Muitos iniciantes no consumo da cerveja artesanal aceitam com felicidade as cervejas de trigo? Os andinos faziam sua cervejinha (chicha) mastigando milho? Existe um estilo de IPA chamado Rye IPA que usa até 20% de centeio? Experimentei outro dia uma deliciosa cerveja peruana feita de quinoa?

Aí veio a AMBEV e se associou à Wäls e à Colorado e muitos ~entendedores~ começaram a falar que todo produto que estas pioneiras cervejarias artesanais produziriam seria feito com milho. Nesse tipo de raciocínio há muita culpa da própria Ambev que, pelo jeito, aprendeu com a Kirin que não precisa fazer a política da terra arrasada. Até a Stella Artois feita aqui pela Ambev foi “abrasileirada” e perdeu seu marcante aroma ainda encontrado pelo resto do mundo. Isso sem falar na Original, Serramalte e outras cervejas “adaptadas”. Parece que nessas recentes associações há um novo espírito dentro da grande indústria. Óbvio que essa intenção precisa ser comprovada ao longo do tempo.

Mas aí já que virou o #Mimimilho, os irmãos Carneiro – da Wäls – partiram pra ousadia. Já que estavam acusando suas cervejas com argumentos tão falsos, eles lançaram semana passada e, em breve, deve estar nos supermercados, a Wäls Hop Corn IPA com 15% de milho anunciado no rótulo! (Transparência, que beleza!) Na verdade é usado um xarope chamado de High Maltose que fermenta ajudando a dar teor alcoólico à cerveja. Como a paixão por lúpulos está em alta *-* eles abusaram da quantidade e da variedade (Columbus, Cascade e Amarillo e finalizada com um dry hopping de Centennial). A Hop Corn tem 6.7% de teor alcoólico, 70 IBUs e uma leveza que garante sua bebalidade por um bom tempo.

Pra completar o serviço, os irmãos Zé Felipe e Tiago Carneiro, junto com a Bohemia, colocaram no rótulo saquinhos de pipoca cheios de lúpulo e conclamaram todos nós a derrubar um muro de falso conhecimento que só faz mal para a evolução da cerveja.

Outra bem humorada cervejaria brasileira – a 2cabeças – também entrou na pretensa polêmica do #Mimimilho e produziu, em colaboração com a cervejaria dinamarquesa Amager Bryghus, a Marry Me in Rio, uma Cream Ale com lúpulos Simcoe, Sorachi Ace e Centennial e 10% de flocos de milho e arroz. O Lupulinas adorou que no rótulo o casamento retratado fosse o de duas mocinhas \o/ E como a 2cabeças capricha, as mocinhas são uma loira, outra morena, são peitudonas e ainda têm o Cristo Redentor acima de braços abertos :D

Então é isso: muitas vezes a piada e o sectarismo escondem a verdade e a melhor coisa pro consumidor é beber a cerveja que gosta, ler em seu rótulo do que ela é feita e brindar com seus amigos.

PS.: Agradeço a todos os colegas blogueiros ou produtores de cerveja que me elucidaram, através de leituras ou de bons papos, sobre os vários aspectos desta questão.

 

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64 thoughts on “#Mimimilho: A tortuosa questão do milho na cerveja

  1. Só uma correção, normlamente nos rótulos das cervejas populares brasileiras, o milho aparece junto com outras substâncias desconhecidas sob o nome de "cereais não-maltados". Até existe malte de milho, mas não é utilizado nesse tipo de cerveja.

  2. A mataria não esclarece nada. Afinal quando bebo uma cerveja comum, no balcão da padaria, estou bebendo milho, arroz ou o que?
    Estou sendo engabelado pela AMBEV, é isso. Gato por lebre?

    • Adalberto, talvez você tenha que ler de novo o texto. Ele é bem claro. A Ambev esclarece que usa cereais maltados em seus rótulos mais populares.

      • Sim Adalberto. Estamos. E o raciocínio agora é apenas o mesmo usado pelas empresas de tabaco que colocam no rótulo que o produto faz mal… aí, se a pessoa quiser beber, digo, fumar, problema dela. O uso do milho (só falta ser transgênico) na cerveja é só um dos problemas. Esse "abrasileiramento" na prática significa matar o que tornou a cerveja atraente num primeiro momento. Budweiser, Amstel, Stela e até mesmo a Heinken estão com sabores mais "leves" por conta do interesse de atender a vários paladares (algo assim como o cinemão americano, que de tanto querer atender a todos virou uma gosma pasteurizada).

  3. Cilmara,

    brilhante texto. Poucas coisas são mais chatas de discutir com os amigos e "entendededores" o #mimimilho. Achei fantástica a iniciativa da Wals. Um monte de gente que não entende 1 milésimo do que o Tiago e o Felipe entende ficam criticando sem nem ter provado a cerveja.

    Cerveja boa é aquela que voce gosta. Simples assim.

    Parabens mais uma vez pelo texto.

    Saude !!
    Guilherme

  4. Vocês estão esquecendo três coisas fundamentais nessa equação. 1) O milho é transgênico, portanto recebe um coquetel cavalar de glifosato e outros venenos. Glifosato que é cancerígeno segundo a OMS. 2) O modelo da transgenia gera uma concentração econômica brutal no campo, expulsando os pequenos agricultores para as favelas das grandes cidades. Um problema social imenso. 3) Os venenos usados na produção do milho trans matam toda bioestrutura do solo, toda vida vertebrada e invertebrada, toda flora que não seja o milho trans. Esses venenos contaminam as bacias hidrográficas e acabam nos oceanos, criando uma gigantesca cadeia de destruição. Um solo que teve a contaminação por glifosato demora 50 anos pra obter um selo de solo orgânico para futuras culturas sadias. Portanto, esqueçam o milho e olhem pras nojeiras agroquímicas, o problema social e a catástrofe ecológica que é consequência disso.

    • esta questão é super importante, mas pelo que já li a coisa mais difícil hoje na indústria alimentícia é saber o que leva grãos transgênicos na sua fabricação. portanto este é um problema – sério – que envolve a transparência do que vai parar à nossa mesa quando consumimos produtos industrializados.

    • Aonde está comprovado estes seus argumentos?
      Creio que a respeito deste assunto (agrotóxicos) há muito radicalismo e pouco consenso…
      A transgenia é uma tecnologia muito interessante que vêm reduzindo o uso de agroquímicos… Procure mais sobre o milho e soja Bt…
      "Os venenos usados na produção do milho trans matam toda bioestrutura do solo…" se os venenos utilizados hoje fazem isso imagina os produtos mais antigos que eram realmente biocidas….
      Você vem aqui e diz que o problema é a transgenia é que ela vem expulsando os pequenos agricultores? Aonde você mora?
      O principal problema dos pequenos produtores é a falta de assistência, pois numa pequena área vale mais investir em culturas com maior valor agregado ao invés da produção de grãos etc… Quero ver você me mostrar dados ou artigos que comprovem esta toxidez aos organismos pois até onde eu sei o glifosato bloqueia a síntese de Amino ácidos aromáticos através da rota do ácido shiquimico cuja rota só existe em plantas… além disso a principal toxidez nas plantas ocorre devido a estes aminoácidos serem essenciais na produção de auxina (um hormônio vegetal) e nos processos de lignificação por exemplo…
      sugiro a leitura http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/Vol25
      Lembrando que os agrotóxicos são uma importante ferramenta na agricultura mas somente se usados de forma correta e sábia respeitando a legislação e recomendações….

  5. Oi Cilmara, achei o seu texto muito relevante.
    Eu sou desses que entende um pouco de cervejas, pero no mucho, mas um dos pontos que eu considero nessa questão do mimimilho não é somente o fato de ter ou não ter milho (ou outros grãos) na fórmula, mas sim a prática de algumas cervejarias de "corromper" algumas receitas, com ingredientes de baixa qualidade (independente de quais sejam) para aumentar usas margens de lucro em detrimento da qualidade do produto oferecido.
    Esse tipo de "downgrade" na fórmula já aconteceu bastante na indústria da cerveja e também em outras como a de refrigerantes, chocolates, etc.
    Acredito que parte do receio em relação à compra da Wals é essa de haver alguma política comercial que corrompa as excelentes cervejas que eles produzem.
    Obrigado mais uma vez pelo texto, um abraço!
    Guilherme (outro Guilherme)

  6. Eles estão esquecendo três coisas fundamentais nessa equação. 1) O milho é transgênico, portanto recebe um coquetel cavalar de glifosato e outros venenos. Glifosato que é cancerígeno segundo a OMS. 2) O modelo da transgenia gera uma concentração econômica brutal no campo, expulsando os pequenos agricultores para as favelas das grandes cidades. Um problema social imenso. 3) Os venenos usados na produção do milho trans matam toda bioestrutura do solo, toda vida vertebrada e invertebrada, toda flora que não seja o milho trans. Esses venenos contaminam as bacias hidrográficas e acabam nos oceanos, criando uma gigantesca cadeia de destruição. Um solo que teve a contaminação por glifosato demora 50 anos pra obter um selo de solo orgânico para futuras culturas sadias. Portanto, esqueça o milho e olhe pras nojeiras agroquímicas, o problema social e a catástrofe ecológica que é consequência disso.

  7. O problema não é o milho, é a queda de qualidade das cervejas. A Brahma que eu bebo hoje em dia, é inferior à que eu bebia 10, 15 anos atrás…

  8. ok. nas sociedades cervejeiras antigas o milho teve seu destaque, mas a Ambev usa milho transgênico fo qual não sabemos seu efeito a longo prazo… este é diferente concorda.

    • o uso de transgênico em toda insdustria alimentícia precisa ser investigado e comprovadp.
      sabemos da complexidade do assunto.

  9. Achei que fosse ler algo sobre o fato do milho adicionado nas cervejas brazucas ser transgênico. Ficou faltando isso na matéria.

  10. "Cerveja boa é a que agente gosta". Concordo. Continuo a beber a minha cerveja feita com água, malte e lúpulo. Sem trangênicos, de preferência.

  11. Cerveja é um fermentado de grãos, milho incluso, mas uma cerveja de verdade é MUITO diferente de uma skol… Beijos, Cilmara :)

  12. Prezado,

    O seu texto está com uma informação incorreta. No rótulo das cervejas populares é informado que contém "cereais NÃO maltados". O milho está "escondido aí! No seu texto você diz cereais maltados.

  13. Já fiz cervejas apenas com milho, que eu mesmo malteei, e ficaram ótimas. Particularmente, acho o milho um cereal mais "nobre" que a cevada ou o trigo, basta ver os inúmeros usos dele na culinária e o sabor mais característico, quando comparado com os outros grãos.

      • Lendo as respostas quando se cobra uma transparência sobre o uso do milho pela AmBev a resposta é sempre a mesma: outros alimentos também usam transgênicos…. Parece que estão defendendo a poderosa AmBev.

    • Ola Airton, boa tarde! Estou querendo experimentar uma receita com milho, mas não tenho a menor ideia de como proceder a sacarificação e também de quais quantidades eu uso (malte, milho e lúpulo). Você poderia me dar uma dica? Meu e-mail é edsoncvfs@hotmail.com
      Muito obrigado!

  14. talvez uma das questões pouco discutidas seja a busca das indústrias de cerveja pela redução dos custos e aumento dos lucros por meio do uso de milho transgênico que é mais barato, pois é commodity alimentar e recebe uma série de incentivos públicos no processo produção – financiamento, isenção de impostos, etc…
    o milho é lindo, faz parte da nossa cultura alimentar, mas milho transgênico não é comida, nem bebida de verdade!
    então, faz sentido boicotar a cerveja elaborada com milho no Brasil…

    • nessa linha de raciocínio o boicote deve se estender a muitos produtos industrializados que sofrem a suspeita do uso do grão transgênico.
      uma batalha.

  15. Legal, concordo com a afirmação de que o milho ou qualquer outro cereal não maltado não necessariamente é sinônimo de cerveja ruim e há, sem dúvidas, muito fanatismo em cima do assunto. Mas na boa, desconfio sempre das praticas da ambev. O negócio deles é monopólio e esse interesse súbito em cervejarias artesanais é só para se garantirem em um mercado que vem crescendo muito nos últimos anos. Sobre a wals, a cerveja pode ser ótima, conhecendo a qualidade das cervejas wals, muito provavelmente será, e acho estupidez alguém não experimenta-la só por conta do milho, mas não me venha com essa de que estão quebrando paradigmas e blá blá blá, Fizeram parceria com um gigante que usa grandes quantidades de milho na maioria de suas cervejas, óbvio que vão fzr um lobby a favor do cereal agora. Isso é só propaganda, como qualquer outra da Ambev.

  16. "Grãos adjuntos, como o milho e o arroz, ou sacarídeos simples, como o amido, o xarope ou o açucar cristalino, afinam o sabor. Isso pode tornar uma cerveja pesada mais palatável. (…) Em cervejas mais leves , servem apenas para cortar custos ou simplificar o gosto de uma cerveja já muito fina." (Atlas da Cerveja, de Webb e Beaumont. De acordo com esses autores, uma cerveja com teor alcoólico de 9% suportaria a troca de até 15% de seus açucares (ex. tira-se até 15% do malte de cevada e acrescenta-se 15% de milho, xarope ou açucar)

    Pesquisa da USP indica que certas marcas contém até 50% de milho (ou outras fontes de açucares). A legislação brasileira permite esse uso até 50%. Talvez pelo fato das grandes fábricas de cerveja serem financiadores de campanha, não há lei que regulamente a descriminar no rótulo qual adjunto é utilizado e qual a proporção. Segundo essas marcas, fazem essa adição porque os brasileiros preferem uma cerveja aguada e sem paladar. Ou será que os brasileiros bebem isso e acham que gostam porque não tem muitos parâmetros para comparar?

    Há um ano comecei a fabricar cerveja caseira e depois disso torna-se uma tarefa difícil tomar essas comuns. Outro dia fui a um bar que só tinha Brahma, Skol, etc. Pedi outra coisa para beber: um caldo de mandioca.

    A Ambev compra duas cervejarias artesanais famosas (Walls e Colorado) e a primeira coisa ação que faz é produzir receitas com milho. Chamam de ousadia e tal. Eu prefiro chamar de marketing. Se está havendo uma conscientização dos consumidores, que tendo acesso a cervejas artesanais sem adjuntos (ou usados na dosagem adequada), a Ambev sente-se ameaçada de que o paladar dos consumidores se torne mais exigente e ela tenha que usar mais malte e menos milho nas suas receitas. Ou seja: reduzir sua margem de lucro.

    Reduzir custos é a lei das grandes empresas. Qualidade e sabor vem em segundo plano. Alguns exemplos: requeijão com amido de milho (maizena), sorvete entuchado de gordura hidrogenada, glutamato monossódico em quase todos alimentos industrializados salgados…

    Tirem suas conclusões. Podem até chamar de mimimilho se quiserem. E se depois de experimentar cervejas de qualidade ainda acham a Brahma e cia boas, sorte sua: vai gastar menos dinheiro pra tomar uma. :)

  17. Adalberto, Me procure no facebook e leia minha resposta aprofundando seu raciocinio. O site aqui e parcial e bloqueou minha resposta ao seu comentario.

  18. " E como a 2cabeças capricha, as mocinhas são uma loira, outra morena, são peitudonas…"
    Capricha usando-se do machismo, e ainda consegue ser reverenciada por isso. Sem falar que o senhor autor do texto dá a entender que a empresa capricha primeiramente por colocar uma loira na embalagem, e refere-se à mulher negra que que aparece no rótulo como "morena". Que péssimo, cara.

    • mano, dá uma lida de novo no texto. observa que ele é assinado por uma mulher. e, além de ser mulher, sou lésbica e feminista. se orienta.

  19. Fato é, durante 40 anos consumi produtos Ambev ( um pouco menos considerando q a Ambev comprou a Brahma, Skol, Antartica, etc…. mais recentemente)….. Nos últimos anos sofrendo de azia, gases e bolhas com puz na sola do pé….. Triste nâo. Mudei para o exterior e hoje só consumo cerveja artesanal Belga….todos esses sintomas desapareceram. Cervejaria comandada por banqueiros….ótimo para os negócios, péssimo para o produto….

  20. Sinceramente o texto é muito claro e elucidativo da importância do milho e de outros cereais na composição dos ingredientes para a fabricação de cervejas. Inclusive faz menção ao mau uso da indústria(AGRONEGÓCIO SUBENTENDIDO) de tais matérias-primas que hoje constituem uma das commodities de grande importância econômica no cenário do mercado mundial de negócios especulativos e lucrativos(ver dados de órgãos especialistas, referente a estatísticas macro-econômicos que explicam tal fenômeno).
    É o uso indiscriminado, mercenário, concorrencial, não só de tais produtos, mas como de todo os bens de valor de uso e troca de interesse da sociedade e fundamentais para a sua sobrevivência social que torna as mercadorias assim produzidas fetiche de uma monta só.
    Assim válido é não só para a cervela com para toda a gama de materiais produzidos por esse arsenal mercadológico de super-produção mercantil capitalista, a sua natureza viciante e perniciosa, centro da irracional reverência de homens convertidos em potenciais admiradores e consumidores vorazes do germe promotor da acumulação capitalista.
    Mimi(milho, cevada, trigo, soja, arroz, quinoa, amaranto, lúpulo, álcool, feijão, café, cana, carne, frango, aço, ferro, carro, petróleo, energia elétrica, gasolina, diesel, …mercadoria).

  21. texto fraco, não discute a questão que se propõe, parece que a única conclusão, além dos anúncios das novas cervejas e tendências, é a de que cada um deve apreciar sua cerveja independentemente dos sues ingredientes. Isso, convenhamos, é o óbvio! E a questão do "deve-se ou não por milho na cerveja", que tipo de milho usar, em qual processo… nada é respondido! e as questões do parágrafo 3? só deixa o leitor mais curioso…

  22. Não concordo com a matéria, a Reinheitsgebot, (Lei da Pureza da Cerveja), promulgada em 1516, reconhecia apenas: Água, Malte de Cevada e Lúpulo (Não era conhecida a Levedura na época), a maioria das cervejarias hoje na Alemanha, ainda produzem suas cerveja seguindo a Reinheitsgebot. Tenho minha opinião formada e hoje só bebo cerveja feita com Água, Malte de Cevada e Lúpulo. Não bebo mais Brahma, Skol, Original, Bohemia, acho o fim do mundo a Stella Artois, principalmente a Baden Baden, custarem um absurdo e ser produzida com cereais não maltados. A única que bebo com muito gosto, das cervejarias de grande porte, é a Heineken.

    Grato!

    • Thiago, respeito sua opinião más, te aconselho a não se prender à lei de pureza alemã pois corre o risco de limitar o seu gosto. Lembre-se que a escola Belga faz uso dos mais variados ingredientes em suas cervejas e produzem algumas das melhores cervejas do mundo. O "x" da questão é o modo como são usados e apresentados esses ingredientes.

  23. É uma pena que os 'grandes' cervejeiros artesanais e os formadores de opinião da área estejam perdendo uma oportunidade histórica (no ensejo do 'boom' no consumo das artesanais nos últimos anos) de se colocarem politicamente em relação à adição de milho nas cervejas. Comparar, para ficar em um só exemplo, a bebida andina proveniente de milho com o milho usado no Brasil pela Ambev é um argumento de dar vergonha, falacioso. Estude um pouquinho sobre os milhos crioulo típicos da região dos Andes e verá que você está comparando coisas incomparáveis – usando, portanto, um método argumentativo que beira a manipulação do discurso.

    Não se pode usar um dado histórico e cultural como este para justificar a política do agrobusiness que massacra os pequenos cervejeiros no Brasil. Todos sabemos que somos o país das commodities, e que é justamente essa característica que nos faz, historicamente, bebedores de refugo de milho transgênico. É triste ver pessoas inteligentes que poderiam colaborar com uma mudança de mentalidade e estrutura de produção vestirem a camisa do mimimilho. A transgenia deve SIM ser discutida pelos cervejeiros, porque diz respeito à qualidade de seu produto e a um princípio fundamental do universo artesanal – aquele que versa sobre uma "cultura" cervejeira, que não é a cultura do mercado.

    A transgenia e todo o mais que engloba o assunto (de grilagem de terras no Brasil à soberania alimentar) são assuntos espinhosos, mas não podem deixar de ser debatidos. Fugir da raia é um brinde à ignorância e à oportunidade de se fazer um debate sério.

  24. Cada um bebe a cerveja que gosta, mas é importante saber que fermentação com milho forma o aldeído que é formol;aja fígado para suportar tal substância! Isto dito por um mestre cervejeiro alemão contratado pela maior cervejaria do Brasil, que na ocasião do contrato são obrigados assinar um contrato de ñ provar a cerveja nos processos de execução.Na Alemanha eles tomam até 8 litros por dia testando o produto sem nenhum dano à saúde!

  25. incrível você na "matéria", não falar / omitir / esconder que o problema não é o milho pura e simplesmente não?
    O problema é o MILHO TRANSGÊNICO!
    Altamente criticado e banido no mundo inteiro, e utilizado em larga escala no Brasil, atualmente o maior produtor mundial.
    Cara de pau sua matéria e o viés!
    É matéria paga???!!!
    Impressionante a cara de pau do artigo de não falar o real problema do milho, neste verdadeiros MIJOS chamados de cerveja,nacionais, patrocinadores de jornais, matérias e esportes…
    É QUE ELE É MILHO TRANSGÊNICO, BANIDO EM QUASE TODO O MUNDO, E AONDE UM DOS POUCOS PAÍSES QUE O USAM É O… BRASIL!
    Por que?
    Porque boa parte dos ruralistas que os plantam, barateiam seu custo usando a manipulação de gens, e recebendo apoio político, em sua larga escala e com benesses à Monsanto em território nacional, de quem???
    Da bancada ruralista no congresso nacional! Boa parte deles os próprio cultivadores: Blairo Maggi, Caiado e outros.
    O proiblema minha cara jornalista não é o milho!
    É SUA PROCEDÊNCIA, SUA ORIGEM EM TERRITÓRIO NACIONAL, PLANTA E CULTIVADO POR UMA FORMA DE MANIPULAÇÃO BANIDA EM QUASE TODO O MUNDO.
    Transgênicos e agrotóxicos está praticamente banidos no mundo, na Europa em mais de 90% dos países… Sabem quais dos poucos que os utilizam…
    Brasil e EUA.
    O Brasil é um dos grande depósitos de agrotóxicos vindos do exterior para escoar a produção mundial destes venenos (proibido lá fora pelas suas leis, mas fabricam para os idiotas de governos corruptos) e para que empresas de transgenia comoa Monsanto, banida fora do Brasil, encontro abrigo aqui.
    Então minha cara o problema não é o “milho”, é o tipo de MILHO QUE SE USA AQUI.
    Lá fora com certeza se faz com milho orgânico puro e arroz idem…
    Mas aqui é VENENO.
    MILHO TRANSGÊNICO CULTIVADO COM AGROTÓXICO.

  26. Monsanto revela que milho transgênico pode fazer mal à saúde

    O milho, um dos alimentos mais antigos da história da humanidade, atualmente tem a maior parte da sua produção destinada, no Brasil, ao consumo animal. Apenas cerca de 15% é para o consumo humano.

    O problema em torno deste alimento, defendido por conter vitaminas A e do complexo B, proteínas e minerais como o ferro, fósforo, potássio e cálcio, tem fundamento na utilização do grão transgênico.

    Um artigo publicado no International Journal of Biological Sciences mostrou que o consumo da semente modificada tem efeitos negativos principalmente sobre fígado e rim, órgãos ligados à eliminação de impurezas.

    Embora suas propriedades nutricionais sejam mantidas, [referência retirada]#, o estudo francês revelou que os grãos do milho transgênico apontam claros sinais de toxidade. O biólogo molecular Gilles-Eric Séralini e sua equipe puderam divulgar a pesquisa depois que um decisão judicial obrigou a Monsanto revelar sua própria análise dos grãos que manteve em sigilo impedindo que a informação se tornasse pública.

    Os franceses então divulgaram a comparação dos efeitos das sementes MON 863, NK 603 e MON 810 sobre a saúde de mamíferos, sendo as duas últimas permitidas no Brasil, bem como sementes resultantes do seu cruzamento.

    No caso do NK 603, os dados apontam perda renal e alterações nos níveis de creatinina no sangue e na urina, que podem estar relacionados a problemas musculares. É por esse motivo que os pesquisadores destacam que o coração foi afetado nos ratos alimentados com esta variedade. O quadro para o MON 810 não muda muito. Embora os machos em geral demonstrem maior sensibilidade a tóxicos, foram as fêmeas que apresentaram ligeiro aumento do peso dos rins, que pode corresponder a uma hiperplasia branda, geralmente presente quando associada a processos imunoinflamatórios.

    Os autores do artigo publicado no International Journal of Biological Sciences concluíram que os dados sugerem fortemente que estas três variedades de milho transgênico induzem a um estado de toxicidade, que pode resultar da exposição a pesticidas (glifosato e Bt) que nunca fizeram parte de nossa alimentação.

    A Comissão Técnica de Biossegurança, a CTNBio, informa que “o milho NK603 é tão seguro quanto às versões convencionais”, que a modificação genética “não modificou a composição nem o valor nutricional do milho”, que “há evidências cientificas sólidas de que o milho NK 603 não apresenta efeitos adversos à saúde humana e animal” e que “o valor nutricional do grão derivado do OGM referido tem potencial de ser, na realidade, superior ao do grão tradicional”. A CTNBio também avalia que no caso do MON 810 “os efeitos intencionais da modificação não comprometeram sua segurança nem resultaram em efeitos não-pretendidos” e que a “proteína é tóxica somente para lagartas”.
    http://www.revistaecologica.com/monsanto-revela-q

  27. Como beer sommelier acho que o problema não e se tem milho ou não.O problema é quanto de milho contem na receita .Tomo cerveja desde a decada de 70 quando a cerveja tinha mais corpo e amargor (IBU) , hoje observo claramente que ela está cada vez mais leve ,e baixissimo corpo devido a quantidade exagerada de não malteados,inclusive fato comprovado pela esalq (usp) .A diferença entre uma cerveja american lite lager e as especiais são gritantes.

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