A cervejaria Tito Bier nasceu no bairro paulistano conhecido como Vila Romana, perto da Rua Tito, em 2012, tendo como “pais” Claus Lehmann e outros amigos. Vini Marson fazia cerveja também e resolveu encontrar com Claus e juntaram as forças. Conversaram, tentaram receitas, tudo muito experimental na raça e na panela.
Lá pelas tantas, um amigo pediu uma cerveja especial para o seu aniversário. Sendo um cara de esquerda, resolveu tirar com os amigos e pediu uma cerveja vermelha. Claus e Vini criaram a Marx, uma IPA com seis maltes bem presentes e o uso de três lúpulos clássicos: Summit, Chinook e Citra. Para equilibrar o amargor usaram caramelo. O resultado é uma IPA encorpada e avermelhada homenageando o revolucionário pensador.
A receptividade foi boa e eles começaram a pensar em crescer. Entra em cena o amigo Guará que, sim, é de Guaratinguetá e começa a trabalhar no Excel, como ele mesmo se define. Criam um logo para a Tito Bier. Chamam a amiga Ciça Pinheiro para criar os rótulos e pronto passa um ano e o amigo faz aniversário de novo.
Nova encomenda feita, Claus e Vini criam a Trotsky, uma American Irish Red Ale que tem o lúpulo Columbus em seu sabor e o Amarillo em seu aroma. Cabe aqui dizer que Claus e Vini vão de encontro ao extremo uso de lúpulos. Usam o amargor, mas trabalham com malte para que a cerveja feita por elas não seja radical amarga e sim equilibrada. Uma opção, um gosto. Apenas isso. Sem grandes discursos incendiários de ser contra ou a favor do uso extremo do lúpulo. Eles gostam de receitas clássicas com uma leve bagunçada, como eles mesmo se definem.
Para fazer a Trotsky eles entraram no Social Beers, um crowfunding de cerveja e o sucesso foi total. Hoje produzem 2 mil litros dos dois rótulos – Marx e Trotsky – na Cervejaria Dádiva. Portanto, são o que chamamos de ciganos, cervejeiros que têm receitas e rótulos, mas não possuem fábrica.
O próximo lançamento é a Goethe, uma Kölsch que é uma receita tipica da cidade alemã de Colonia (Koln). Ela leva 100% de malte Kölsch e lúpulo alemão Hallertau. O resultado é uma cerveja leve, refrescante e tão alemã em sua receita que leva o nome do poeta Goethe, fugindo da brincadeira dos nomes russos.
A Tito Bier faz sua própria distribuição em cadeia refrigerada (a cerveja sai da fabrica e chega ao bar sem sair da geladeira e do ar condicionado a 15°C) e, por enquanto, está presente em São Paulo, Vale do Paraíba (dá-lhe, Guará!) e Rio de Janeiro.
Boa sorte à Tito Bier e que ela continue com o espirito do início quando Claus e Vini falavam que a Tito não era uma banda, mas era de garagem.
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