Brew Dogs, uma série na TV

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Em 2010, o dono da Dogfish Head Brewing conduzia uma série, exibida pelo Discovery, onde viajando pelo mundo ele pesquisava receitas e, muitas vezes, fazia cervejas em parceria com produtores locais, fossem no Peru, no Egito ou na Itália. Esta série, a Brew Masters de Sam Calagione, só teve uma temporada já que, conta-se, o Discovery foi pressionado por uma cervejaria da Grande Indústria que era patrocinadora do canal.

 Nestes três anos, o mercado cresceu muito em todo o mundo e, desde o ano passado, uma nova série caiu no gosto dos cervejeiros. É a Brew Dogs, exibida no canal Esquire Network e apresentada pelos donos da cervejaria BrewDog, os escoceses James Watt e Martin Dickie. Com uma linguagem dinâmica e cheia de rock and roll, eles viajam pelos Estados Unidos, visitando cervejarias e bares locais e apresentando as artesanais para iniciantes. O estilo radical é uma das marcas da BrewDog em suas receitas e rótulos.

O primeiro ano da série foi sucesso em todo o mundo, mesmo em lugares como o Brasil onde o Esquire não consta da grade. Afinal é só ir ao Google e descobrir onde baixar os arquivos e assistir confortavelmente quando você quiser. Tipo aqui

 O primeiro episódio da segunda temporada foi ao ar no 25 de junho passado e mostrou os caras na cervejaria Fullsteam (Carolina do Norte), bolando uma receita para produzir a cerveja mais calórica do mundo. Acabou saindo uma Imperial Stout com bacon e maple syrup /o\ o que comprova como os caras são determinados, sem limites e bem humorados quando tem uma missão a cumprir. Antecipamos que novos episódios serão exibidos com os Brew Dogs visitando as fábricas da NOLA Brewing, Lagunitas, Dogfish Head, Iron Hill Brewery, Ska Brewing, Golden Road Brewery e Revolution Brewing. Em Las Vegas, a cidade mais demente em relação à grana e status, eles prometem fazer a cerveja mais cara do mundo usando ouro, retirado de computadores velhos e eletrônicos que estavan na sucata. No meio destes desafios, eles vão mostrando os bares mais incríveis da região e despertam na audiência a vontade de experimentar e testar artesanais.

 Na série, além de aprender como se faz cerveja, você vai ver os dois malucos produzindo receitas em condições inusitadas como em um trem em movimento e testemunhar a primeira cerveja fabricada na forma de vapor, para ser bebida como nevoeiro. Além das maluquices, os dois desempenham uma função de sacerdotes punks andando pelas ruas e levando pessoas virgens, como eles chamam, para experimentar e converte-las ao gosto pelas artesanais. O bom humor é que faz o programa ser educativo sem ser pedante ou metido a hipster. Prestigiando a cerveja local, a auto-estima e as atividades culturais dos habitantes da cidade também são valorizadas.

 

#VaiTerCopo

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mynameisze

Ainda é cedo e muitos outros mistérios devem pintar por aí. Mas algumas cervejarias artesanais brasileiras já estão fabricando suas beberagens em homenagem à Copa do Mundo 2014 e que serão lançadas durante o evento. Se, por um lado, a Copa é patrocinada por um Gigante da Indústria, os pequenos produtores se mexem para colher novos fãs e divisas do turismo que será gerado nas cidades-sede da Copa.

A cervejaria carioca 2Cabeças fez um gol de placa ao firmar uma parceria com a escocesa Brewdog, uma das artesanais mais descoladas da Europa. Juntas, elas estão fabricando uma Passion Fruit IPA chamada Hello, My Name is Zé e que será distribuída apenas no Brasil e para os sócios do programa Equity for Punks, da Brewdog. A “Hello, My Name is Zé”, apesar dos toques de maracujá, será bem diferente da já conhecida MaracujIPA, da 2Cabeças. Segundo Bernardo Couto, cervejeiro da brasileira, “Zé” difere da MaracujIPA em tudo: nos maltes, teor alcoólico e terá uma lupulagem bem mais agressiva. As Lupulinas aguardam ansiosas \o/

Outra parceria internacional é das cervejarias Bierland (SC, Brasil) e Antares (Argentina), provando que os maiores rivais do futebol sul americano podem se juntar pra fazer uma boa cerveja. Ainda sem nome, a parceria Bierland/Antares será uma cerveja do estilo American Pale Ale, produzida com lúpulos da Patagônia Argentina e extrato de guaraná brasileiro. Pra deixar todo mundo ligadinho no jogo.

A cervejaria mineira Falke Bier, por sua vez, resolveu homenagear os ingleses, que farão um jogo em Belo Horizonte, lançando uma cerveja (ainda sem nome) com maltes e lúpulos ingleses e a adição da nossa única, particular e brasileiríssima jabuticaba. Além do rótulo comemorativo, Marco Antonio Falcone, um dos sócios da Falke, disse estar preparado para receber os turistas em sua fábrica-bar, que fica bem próxima da capital e está mapeada nos beertours oficiais da cidade. Falcone disse que a produção da Falke será sextuplicada no período da Copa e que a fábrica-bar está investindo na capacitação dos funcionários para atender o público estrangeiro. Uma nova lojinha de souvenirs da cervejaria será criada. Porque todo mundo gosta de levar lembrancinhas pra casa.

Para saudar a seleção francesa de futebol que se hospedará em Riberão Preto, a local Colorado irá lançar uma variação de sua conhecida Cauim, mas com lúpulos franceses: a Allez les Bleus, grito da torcida francesa para empurrar sua seleção. A cerveja comemorativa será comercializada no Brasil e na França e a Colorado, para este fim, fez um comercial provocativo e de gosto duvidoso, explorando o corpo nu e o suvaco peludo da mulher francesa. Nós, Lupulinas, feministas, ficamos #chatiadas com essa nudez desnecessária (qual a necessidade disso?) usada na promoção de uma cervejaria que jamais colocou mulheres nuas ou sexies em seus rótulos (apenas o ursinho que amamos tanto). Por outro lado, gostamos de sovaco peludo, que não é prerrogativa exclusiva das francesas. Como faz parte da ação uma resposta dos franceses ainda não veiculada, aguardemos os desdobramentos desta campanha.

Além dos rótulos comemorativos (esses são apenas alguns que pescamos para vocês), algumas cervejarias artesanais estarão oferecendo tours para visitação e degustação em suas fábricas. Uma delas é a Bamberg, que fica em Votorantim (40 minutos de São Paulo) e que abrirá suas portas aos sábados para a turistada, a partir das 11 da manhã, por 30 reais e com guias que falam inglês (além dos de língua nativa). Fora da Copa, o dono da cervejaria, Alexandre Bazzo, também oferece estes tours em português. O passeio dá direito a uma degustação das cervejas produzidas pela Bamberg. O agendamento pode ser feito pelo e-mail contato@cervejariabamberg.com.br e maiores informações no www.cervejariabamberg.com.br

Daqui até ao início da Copa, devem surgir mais cervejas especiais e sazionais  e mais eventos cervejeiros relacionados ao evento. Estaremos acompanhando e contando pra vocês \o/\o/\o/

HoHoHo – Papai Noel de bermudas

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renas beer

 Desde os tempos pagãos, em que celebrávamos o solstício de inverno, beber cerveja durante a noite mais longa do ano é tradição.Cristãos souberam aproveitar a deixa e a feitura de cervejas especiais continuou firme e forte. Até hoje mosteiros fabricam suas especiais de Natal e algumas microcervejarias artesanais aderiram com tudo à idéia.

As chamadas sazonais enriquecem o cardápio de tipos produzidos pelas cervejarias. Natal no hemisfério norte é época em que o frio começa a pegar e, por isso, muitas Xmas Ales são fortes e encorpadas. Aqui no Brasil, embora vivamos num país tropical, temos o costume de consumir perus e outros assados bem calóricos. Mas podemos ser mais espertos e passar a colocar na mesa pratos mais tenros e leves. E, para revolucionar de vez, deixar nosso Papai Noel de bermudas e beber uma cerveja feita aqui, com nosso clima em sua receita.

Nós, Lupulinas, fizemos um apanhado de algumas cervejas de Natal fabricadas por cervejarias artesanais brasileiras. Incluímos na lista algumas cervejas fabricadas com o método champenoise que são feitas o ano todo porque o espoucar de rolhas nos remete às festas e comemorações.

Brasileirinhas

A cervejaria Schincariol, que está investindo em algumas artesanais que ela comprou, apresenta dois rótulos para o Natal: a Eisenbahn Weihnachts Ale, produzida pela primeira vez em 2003, e a Baden Baden Christmas Beer que está em sua sexta edição. Infelizmente, a Schincariol só garante sua distribuição pelas regiões Sul e Sudeste e enquanto durarem seus estoques.
Einsenbanh Weihnachts Ale – cerveja de estilo belga, com sabor encorpado e marcante. Seu teor alcoólico é de 6,3% um pouco acima dos 4,5% de uma pilsen normal e possui paladar acentuado de lúpulo.
Baden Baden Chrismas Beer – foi feita pensando numa ceia mais leve e é uma cerveja de trigo tipo Ale, refrescante, um pouco frisante, clara, de corpo leve, de aroma frutado e com um sabor levemente seco. Mesmo um peru assado fica, por contraste, muito bem acompanhado.

Bamberg Weihnachts – Alexandre Bazzo, um dos donos da Bamberg, pensou em fazer uma sazonal totalmente diferente das que têm no mercado. Sua receita não é baseada em nenhuma outra existente. Diz Alexandre que só quis fazer uma cerveja que combinasse com nosso clima e a ocasião. Originalmente ela não é de nenhum tipo, mas é avermelhada, cristalina, levemente frutada, com 30 de IBU, 6% de teor alcoólico e destaca o malte, seguindo uma tradição alemã. Ela é comercializada em garrafas de 600 ml e é deliciosamente refrescante graças ao lúpulo alemão da região de Hallertauer.

2cabeças + Mistura Classica + Have a Nice Beer = Have a Nice Saison – Esta inovação será degustada exclusivamente pelos associados do clube Have a Nice Beer: a Have a Nice Saison, desenvolvida numa parceria entre as cervejarias  2cabeças e a Mistura Clássica. Clara e refrescante, ela traz aromas cítricos e florais, com final seco. Ideal para uma noite de Natal em pleno verão, garantindo um bom acompanhamento para aves.

Gringas

Nas prateleiras das lojas especializadas pode-se achar também cervejas sazonais de natal gringas como Delirium Christmas, BrewDog Hoppy ChristmasGouden Carolus Christmas e outros rótulos. Todas na tradição do Hemisfério Norte, bem encorpadas e alcoólicas.

Rolhas para que te quero

Mas há também cervejas de produção contínua, não-sazonais, que casam muito bem com ceias e almoços de Natal de todos os tipos. Feitas através do método champenoise (onde se refermenta a cerveja na garrafa tapada com uma rolha), temos à venda no Brasil, entre outras, as gringas DeuS Brut des Flandres, La Trappe e Malheur Brut.  As brasileiras Wals Brut e Eisenbahn Lust também farão bonito na mesa com um peru, um tender e etc. Por serem cervejas de fabricação lenta e sofisticada, seus preços são bem altos.

É isso. Pre-para e põe pra gelar moderadamente.

Mensagem na Garrafa vol. 1

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gonzo capa

Quem aprecia cervejas artesanais já reparou no capricho dos rótulos. Nós, Lupulinas, vamos além e somos apaixonadas também por alguns contra-rótulos e textos que acompanham as estampas, explicando a origem e a inspiração das cervejas que vamos beber. Alguns são engraçados, outros são curiosos e informativos e há também os que beiram o pedantismo. Tudo motivo para um sorriso, um assunto, uma distração à mesa.

Este post é apenas o primeiro de uma série falando sobre contra-rótulos que achamos interessantes. Para os próximos, aceitamos colaborações. É só mandar a foto e dizeres da cerveja para o email lupulinas@lupulinas.com.br

St. Rogue Red Ale – Dry Hopped (Rogue Brewery, Oregon, Estados Unidos)
“Fukutsuru (1992-2002) R.I.P.
Por trás de uma grande cerveja existe um mestre cervejeiro e por trás de um grande bife há um touro. Fukutsuru (Fuku para os íntimos) é este touro. Primeiro do ranking norte-americano no quesito marmoreio*, Fuku é um touro wagyu japonês que deixou uma imensa prole responsável pelo fornecimento da melhor carne Kobe dos EUA e que vai bem com a St Rogue Red.
Mais de 50.000 amostras do sêmen de Fuku estão congeladas para futuras inseminações. Em seus últimos dias de vida, deram a Fuku a chance de “socializar” com algumas vacas mais novas. Em vez disso, ele preferiu tirar uma soneca.
Nós dedicamos esta cerveja a Fuku – um desajustado (rogue) até o final.”

Wasatch Evolution Amber Ale (Utah Brewers Cooperative, Estados Unidos)
“Esta cerveja é parte do nosso protesto contra a tentativa da Assembléia Legislativa de Utah de obrigar o ensino do criacionismo nas escolas públicas. Acreditamos que Igreja e Estado devem permanecer separados, até mesmo em Utah. Esta amber ale apresenta um agradável início maltado, bem equilibrado com uma dose saudável de lúpulos Tettnanger. Foi engarrafada pela primeira vez em 2002 como cerveja não-oficial dos Jogos Olímpicos de Inverno.”

Paqui Brown (Cerveceria Tyris, Valencia, Espanha)
“Paquita Brown vive al limite. Sólo bebe cerveza sin filtrar, directa del fermentador. Paqui pasa lúpulo de contrabando, sólo las mejores cosechas. Esta botella contiene su receta favorita. Una brown ale, dulce, cremosa e intensa, monovarietal de Simcoe, sin tontérias. Paqui desfruta de cada cerveza como si fuera la última.”

X Black IPA / Hi5 (Cervejaria 2cabeças, RJ, Brasil)
“Sabe aquele dia que você quer receber uma porrada no paladar? Lembra daquelas cervejas sem graça que você conhece? Agora esqueça! Esta é uma cerveja escura e intensa, com doses cavalares de lúpulo americano e um toque de malte torrado que criam uma cerveja refrescante e única. NÃO É PARA OS FRACOS.”

Green Cow IPA (Seasons Craft Brewery, RS, Brasil)
“- de doce já basta a vida -
Arte e revolução em estado líquido. Uma American India Pale Ale feita com quantidades absurdas de lúpulo, produzida para quem gosta de amargor com frescor e sem frescura. Abrir em momentos onde tudo que você quer é fazer cara de “meu deus do céu, o que é isso!?”

Gonzo Imperial Porter (Flying Dog Brewery, Maryland, Estados Unidos)
“Certa vez Hunter S. Thompson disse “Quando a parada fica estranha, o estranho vira profissa”. Taí nossa versão profissa da Gonzo Imperial Porter. Envelhecida e maturada por três meses em barris de madeira de uísque, esta ale tem um sabor bem equilibrado e um exagero de personalidade. (…) Gente boa bebe cerveja boa.”

Tokyo (Brewdog Brewery, Escócia)
“Esta cerveja é inspirada no arcade Space Invaders, de 1980, sucesso na capital japonesa. A ironia do existencialismo, a paródia do ser e as contradições inerentes ao pós-modernismo sugeridas por esse game de ação foram cuidadosamente recriadas no conteúdo desta garrafa.

Biritis (Brassaria Ampolis, RJ, Brasil)
“Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, seria um dos maiores brasileiros vivos se não nos tivesse deixado para se tornar um dos maiores brasileiros da História. Toda essa importância nunca foi ‘devidamente’ reconhecida. Até agora. A Biritis é mais que uma cerveja, é uma homenagem e um presente da família do Mussum – que tem cerveja na veia – para os apreciadores de uma boa risada e uma bela cerveja.”

Maria Degolada (Cervejaria Anner, RS, Brasil)
“Esta cerveja faz uma homenagem ao local onde a cervejaria Anner teve origem: a vila Maria da Conceição, em Porto Alegre, sul do Brasil, conhecida pela lenda da Maria Degolada. Maria Francelina Trenes foi degolada por ciúmes em 12 de dezembro de 1899 pelo seu namorado, um policial militar. No local de sua morte foi colocada uma lápide, onde ao redor cresceu a vila da Maria Degolada, protetora dos que tem problemas com a polícia e considerada uma santa pela população local.
- Agradeço pelas graças alcançadas – ”

a viajante IPA – Indian Pale Ale

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IPA - Indian Pale Ale

- Por favor, garçom, eu não quero ser cervejochata, mas você teria alguma cerveja IPA no cardápio?

Eis duas coisas difíceis: não parecer cervejochato e haver IPAs nos cardápios.

A IPA é uma cerveja com aroma herbáceo/picante e sabor amargo, de coloração que pode variar entre amarelo-escura e preta. Por causa de seu amargor, não agrada a todos, mas é cada vez maior o número de bebedores apaixonados pelas IPAs. Já chegaram a sugerir que a enorme quantidade de lúpulos usados nesse tipo de cerveja seria responsável pelo seu caráter viciante, já que a florzinha é parenta da canabis. Mas já foram feitos estudos e eles apontaram :D  que, não, o lúpulo – que dá o amargor à cerveja – não vicia.

O lúpulo dá frescor às IPAs. Dizem que esse tipo de cerveja surgiu quando a companhia de comércio inglesa East Indianmen contratou o cervejeiro George Hodgson para que fabricasse um lote de bebida que aguentasse uma viagem de navio de Londres até a India. O senhor Hodgson resolveu então adicionar generosas quantidades de lúpulo ao lote, confiando em suas propriedades conservantes e antibióticas. Batizou sua cerveja de “Hodgson’s India Ale”, mais clara que as pretas Porters que costumavam levar para as colônias, e despachou a beberagem. Nos porões do navio, a mágica aconteceu: com o balanço do oceano e lúpulos em exagero, a cerveja completou sua fermentação nas garrafas durante a viagem e chegou fresquíssima, potente, aromática e deliciosa na India.

Moral da história: IPAs viajam bem, e isso vale para os dias de hoje. Cervejarias artesanais adoram fabricar IPAs porque elas se conservam frescas e também por ser um tipo de cerveja que permite uma enorme variedade de receitas e uso de matéria-prima local e sazonal. A adição do lúpulo, por sua vez, passou a se sofisticar para além da função conservante, dando à cerveja graus variados de amargor, aroma e sabor (hoje a receita é bem diferente das “Hodgson’s India Ale” do final do século 18).

E assim, a florzinha opera mágicas. Existem lúpulos de amargor, usados durante o processo de fervura e lúpulos de aroma, utilizados ao final do cozimento e outros adicionados após a fervura, para dar sabor. Dependendo do tipo ou região de origem do lúpulo, podem-se obter aromas mais cítricos, herbáceos ou picantes.

Enfim, as IPAs, amarguinhas e cheias de personalidade, vêm conquistando o mercado das artesanais. Isso, sem falar nas double IPAs, ainda mais alcoólicas e lupuladas, sobre as quais nos alongaremos em outro post. O movimento está crescendo. Em breve, pareceremos menos cervejochatas e não será tão difícil encontrar IPAs nos bares e mercados. As Lupulinas assim desejam.

dicas:
Se você gosta de amargor, mas não muito, procure saber o grau de amargor na cerveja. Algumas IPAs já estampam a quantidade de IBU (grau de amargor) próxima à graduação alcoólica (ABV) em seus rótulos.

algumas IPAs mais fáceis de encontrar

nos supermercados:
Indica (Cervejaria Colorado, Brasil, Riberão Preto) 7,5 ABV, 45 IBU
Yellow Snow IPA (Cervejaria Rogue, Oregon, USA) 6 ABV, 70 IBU
Punk IPA (Cervejaria BrewDog, Escocia, UK) 6 ABV, 68 IBU

nas lojas e bares especializados em cerveja:
MaracujIPA (Cervejaria 2 Cabeças, Rio de Janeiro, Brasil) 7,5 ABV, 70 IBU
Hop Ottin’ IPA (Cervejaria Anderson Valley, California, USA) 7 ABV, 79 IBU
Centennial IPA (Cervejaria Founders, Michigan, USA) 7,2 ABV, 65 IBU
Mula IPA (Cervejaria Nacional, São Paulo, Brasil) 7,5 ABV, 60 IBU *à venda apenas na própria cervejaria
Três Lobos Pele Vermelha (Cervejaria Backer, Minas Gerais, Brasil) 7 ABV, 53 IBU
Falke Estrada Real (Falke Bier, Minas Gerais, Brasil) 7,5 ABV, 70 IBU